sexta-feira, dezembro 31, 2010

. O Vampiro Escritor .



Boa Noite !

Sabem.. as vezes acontecem coisas surpreendentes, até mesmo para nós. Os vampiros.
Surpreendentes como o imortal sentado a minha frente, essa maravilha da natureza.
De todas as loucuras que Lestat já fez, essa sem sombra de dúvida é a mais incrível.
O imortal mais interessante e belo que conheci nos últimos cem anos, com mais absoluta certeza... Ele tem tudo que eu admiro nos homens mortais... Ele é como os meus homens.

Os homens que desejo...Sim, os meus queridos homens. Eles não precisam ser apenas belos, lindos e atrantes... Eles devem ser também espertos, cultos.. Sim...
Não entendo muito bem a teoria de matar somente os malfeitores... Por que eu gostaria de ter um sangue sujo, mal e tosco dentro de mim? Não, eu mato apenas aqueles que eu levaria também ao meu leito... Minhas mortes são cheias de amor e desejo. Não pretendo conseguir paz de espírito matando só os maus.

E esse imortal aqui, sentado tão dignamente em uma das minhas belas cadeiras.
Que me olha, que pergunta para mim. Perguntas tão interessantes.
Oh, David.
David que é tantas coisas, que era um caçador, que era um poderoso pai de santo no Brasil, que era do Talamasca, que era um grande amante, que era um idoso... Oh, David. Que agora é um lindo imortal. Em um novo corpo, na mesma alma...
Agora um imortal, com seus modos ingleses, com seu sotaque tão polido, seus gestos simples mas cheios de significado.

Eu teria coragem de matá-lo? Ou o transformaria?
Não sei. Mas esse corpo, nessa mente... Oh, sim. Meu tipo de homem.


Estamos aqui conversando, falando sobre a vida e a morte... Falamos de Lestat, de Louis... sim meu amado Louis, falamos dos nossos amores.
Falamos de Armand.. Sim, Armand..
Armand que é uma grande excessão a minha regra sobre os homens. Aquela criatura que me amaldiçoou, que disse que eu cairia de amores por ele... É, eu cai maldição de Armand.. Mas, falaremos dela depois não é? Agora é só David que importa.

- Conte-me um segredo, Selene - ele me pede.
- Que tipo de segredo? Um sobre o mundo? Ou um simples segredo sobre mim? - respondo
- Sobre você. - ele diz
- Está bem. Eu já vi o sol. Depois da transformação... - respondi.
- Você tentou se matar? Mas por que? O sol, Selene? - tentou disfarçar sua surpresa.
- Não, não tentei me matar. Eu quis ver o mar. Meu mar. O Mar que desde tempos imemoriáveis banha minha querida Grécia. Quis ver seu azul outra vez. Foi bem simples na verdade, eu dormi uma noite inteira, para escapar do sono paralisante dos vampiros... E fiquei olhando por uma abertura na minha cortina... Pela janela da minha casa na Grécia, que é de frente para o mar. Pois bem, eu vi. Queimei um pouco os olhos, mas nada que tempo não curasse.
- É possível isso? - a possibilidade o animou
- Muito possível David. Os imortais são medrosos... Vivem morrendo de medo do sol. Nós temos toda a eternidade para nos curar, para receber sangue. Não vou morrer só por dar uma espiadinha no mar.
- Realmente. - ele estava interessado nas minhas histórias.
- Não vou fazer um livro para você David. Sem condições. Se você quiser, conto toda minha vida... Mas, eu não consigo me lembrar muito bem de tudo. Lembro, mas não em uma ordem cronológica correta. Posso passar anos conversando com você. Mas, minhas histórias são apenas para meus amores. Meus segredos não conto a todos... Minha vida é só minha e de quem eu amo.
- Pois conte a mim, apenas para mim. Quero saber.
- Sim, querido David. David, o vampiro escritor.

Bem, fiz David se mudar para minha casa com essa proposta de histórias fantásticas... Claro que não é para sempre... Nem uma mudança tão brusca, ele passará só muito tempo por aqui. Virá todas as noites.. Ficará por perto... Não sei o por que de todo esse drama.
Lestat não gostou, Louis não gostou. Armand, por nossa mãe Gaia, ele odiou.
Não me interessa. A história é minha, faço o que quiser com ela.

. Caçando .



Boa Noite queridos!

Tem algo que nunca falei para vocês...Sobre as minhas vítimas.. Não é mesmo?
Sim.. Nunca falei sobre elas... Ou melhor, eles.

É, eu nunca matei uma mulher. Nunca.
Não para me alimentar.

E isso não tem nada, absolutamente nada de nada relacionado a feminismo.
Gosto dos homens? Algum problema com isso?
Sempre gostei dos homens... Os mais fabulosos.. Sim, eu não mato só os bandidos, nem a ralé das cidades. Eu gosto dos interessantes, dos que tenham uma vida saborosa. Um sabor que eu sinto a cada gole de seu sangue.
Vou contar meu 'modus operant'.
Eu os seduzo, sim. Com minha beleza e minha voz. A maravilha sobrenatural que sou...(não, vocês não estão nas memórias de Lestat.)
Converso com eles, sinto sua paixão por mim... Ou pelo que pensam que sou.
Eu os atraio, os procuro. Sim... Minhas caçadas nunca são fáceis, ou rápidas.
Gosto quando me abraçam, quando pensam que me conquistaram.. Sim, eu mato como as mulheres matam. Uso meus dotes contra eles... Sim, venham até mim. Venham perder suas vidas nas minhas presas...

Bom... querem acompanhar uma caçada?

Meu alvo é um jovem, descobri que ele é estudante. Está preocupado com sua prova... Sobre a Teoria das Cordas... Física. Sim..interessante.
Ele deve ter uns dezoito anos, cabelos pretos, curtos, cacheados. Usa óculos, com uma armação bem leve. Tem olhos calmos e castanhos. Umas leves sardas... Sim...
Ele está lendo. Eu o observo atrás da lentes de meus óculos escuros...
Como sempre, com um café entre as mãos. Sentindo o seu calor. Seu cheiro..
Ele cheira a café também. Oh, ele trabalha em uma lanchonete para pagar os custos da faculdade. Como é interessante. Venha para mim...
Usa essas roupas atuais, uma camiseta com personagens estranhos e uma calça jeans muito surrada.

Toco a sua mente... Sim, tenha alucinações.
Me veja... Agora todos somem, apenas eu estou aqui.
Venha até mim...
Então ele vem...

Eles nunca sentem dor... Eles nunca sentem nada.
Sim meu amor, estamos na sua casa, sim... Você está comigo, e seguro. Nada vai lhe fazer mal.

Ele volta ao normal, vê todos novamente.
Mas quer me ver. Continuo aqui. Venha.

Ele chega até a minha mesa.

- Estava esperando você, meu amor. - eu digo.
- Você me chamou... eu ouvi.. Ou melhor, não ouvi. Senti. - confusão.
- Sim, eu chamei. Venha ser meu. Venha me amar. Sim... eu amo você.

Consigo tirar ele do café. Ele me observa... Me toca.
Sim, eu sou completamente normal. Sou como você. Veja o que quer ver.

Um abraço... sim.. só um abraço.
O cheiro dele fere meus sentidos. hmm..
Um beijo na macia pele do pescoço..
Vamos ao poço dos desejos então....
A leve dor, que ele não sente.
E a confusão de imagens, memórias, seus maiores desejos.
Sua vida. Sim, absorvo toda ela... Sim, querido... Você está morto...

Um leve disfarce das presas... meu sangue..

- Você ainda faz isso? - Khayman estava sentado em um muro...
- Isso o que? - perguntei.
- Enfeitiçar os homens assim... Pequena feiticeira. - ele fica assustador quando sorri..
- Faço, sempre farei. Gosto dos meus homens. - ele passa o braço sobre meu ombro, e saímos juntos.
- Fique com seus homens minha lua.
- Mate seus gatos, meu pai.
- Injusta.
- Adoro você, Khayman.
- Amo você Selene.

quinta-feira, dezembro 30, 2010



Aqui estou eu, falando com a Danni..
Sobre postar nos blogs.
Sim, eu sei que prometi a você The Other Side...
Pois bem, aqui estou.
Ouvindo Megami No Senshi... Abertura da Hades Fase Inferno.

Bom, chegou o fim do ano.

Fim do ano está sendo meio perturbador.
Meu ano foi perturbador.
Mas depois eu faço um resumo do que aconteceu aqui.

Bem, nada está realmente ótimo.
A não ser com o Wagner é claro. Tá tudo ótimo entre nós.

E eu preciso desesperadamente estudar...
Sim, vou estudar muito a partir de amanhã!
Pelo menos é o que eu penso em fazer.

Ah, tenho dois posts novos da Selene aqui. Mas passo para cá depois não é mesmo?
O que é uma hora,ou um dia??

quarta-feira, dezembro 29, 2010

-

Enfim, consegui atualizar o blog, com as postagens da Selene.
Tá, juro que vou postar outro tipo de coisa.
Mas o que não é?
Vou pensar sobre isso.
Será que valeu a pena apagar todas as minhas postagens antigas?
Para que se lamentar, não é mesmo?
Pois bem, tenho que começar a estudar.
As provas começam dia 04/12/2011.
E se eu ficar vadiando assim.. Cade a faculdade de história no ano que vem?
Tisc.. Tisc..

. Encontro .



Boa Noite queridos.

Vamos conhecer mais amigos meus?

Certa noite eu estava andando por ai, mestre Khayman disse que ia mandar de trem... Algo sobre trens no Japão... O que sei disso afinal?
E por sorte eu estava em Amsterdã, bela cidade essa. E por mais sorte ainda, encontrei um jovem mortal. Bem interessante. Daniel, vocês o conhecem...
O rapaz da entrevista, sim. O amante de Armand... Oh, sim. O mais novo louco vampiro... Também, esse mesmo.

Eu não parecia imortal aquela noite, as roupas atuais ajudam bastante nos disfarces, usava uma calça preta, botas também pretas, uma camiseta branca...bem simples, mas que ficava escondida embaixo do sobre-tudo pesado que usava... Além de luvas de couro preta. Eu era uma figura comum das grandes cidades, unhas pintadas de vermelho para esconder seu brilho assustador, maquiagem também, adoro as maquiagens. E nessa noite em especial, tinha pintados meus cabelos. De vermelho.. uma excentricidade admito.

Mas, encontrei Daniel em um bar... A figura da desolação. Não foi difícil penetrar na sua mente, e ver que ela transbordava dos momentos com Armand. Ele pensava na cor de seus cabelos, em como era macio o seu rosto... E pensava no sangue.
Então o pequeno tinha feito com o mortal o mesmo que a ele tinha feito... Engenhoso Armand. Você o escravizou pelo sangue. Que sádico.
O problema dos mortais que experimentam o sangue, é sempre o mesmo. É como os dos viciados em qualquer droga.
Mas os viciados em drogas normais, podem vender seus bens, podem roubar, podem falir, podem até matar para conseguir mais droga.... Mas um viciado em sangue dos vampiros... Só pode conseguir com seu amante imortal, e na hora que o imortal bem decidir. Isso os enlouquece. O pequeno sabe disso..
Devo esclarecer que nessa época eu não era próxima a ele... O encontrei naquela noite em Paris, e em outras noites apenas o vi... Sem proximidade qualquer.

Foi quando me aproximei dele, parei de espionar sua mente. Queria falar... saber o que Armand via de tão especial nesse mortal... Um perigo devo dizer, por que Armand estava em Amsterdã procurando Daniel. E ficaria furioso quando visse outro imortal com seu amante.. Oh, pro inferno com Armand. Ele que viesse.

Sentei na sua mesa, olhei seus olhos... Vi a loucura esperando na próxima porta.

- Olá Daniel. - sorri para ele.
Ele não me respondeu, pareceu tão assustado... Ele soube o que eu era.
- Você não pode me machucar, fique longe de mim...
- Por que? Por que você tem o Todo-Poderoso-Armand para cuidar de você? - ri assustadoramente alto...
- Não zombe de mim. Ele vai encontrar você. - ele tremia.
- Primeiro, eu não vim aqui machucar você, e segundo, não tenho medo do seu amante.
- Você é muito mais velha que ele? - oh, vejam só, estava preocupado que eu matasse a pequena criatura.
- Sou tão antiga quanto o seu Marius... Mais antiga. - sim.. assuste ele.
- E por que anda por ai, pelas cidades?
- Por que é assim que aprendo sobre o novo mundo e suas eras, andando por ai. Conversando com as pessoas, e não aprisionando elas pelo sangue. É isso que ele está fazendo com você. Não se iluda. Ele não lhe dará o sangue... A menos que você esteja morrendo, e ele seja covarde o suficiente para não aguentar vê-lo morrer.
- Ele não me deixará morrer, confiaria minha vida a ele.
- Você já o fez. Agora, se mate. Tome veneno ou se jogue de uma ponte. Vamos ver até onde sua proteção é estendida. Ele não fará nada. É um tolo rapaz. Tome uma atitude, se livre do desejo que sente pelo sangue dele, ou você enlouquecerá. Estou lhe avisando. Ele vem vindo, quer que ele me veja aqui com você? Isso despertaria um ciúme doentio, como só ele é capaz de sentir... Talvez essa conversinha arrume uma noite de prazer com ele...
- Sim.. fique. Fale desse jeito com ele. O deixará furioso realmente.

Sim... ele chegou. Mas sua beleza... seu andar. Fim. Estava perdido meu humor negro, minha provocação. Ali eu soube. Eu não conseguiria ser má com ele... Nem lhe desafiar... Mas vamos atender ao pedido do rapaz.
Subitamente peguei as mãos de Daniel, coloquei entre as minhas. Pareci terrivelmente apaixonada por ele... Eu pude sentir o coração de Armand ficando descontrolado... Seu rosto pegava fogo. Isso, ciúmes.

Ele puxou gentilmente uma cadeira para a mesa e sentou... Minutos de silêncio.

- Arrumou uma amante Daniel? Meu dinheiro, meu sangue e meu amor já não te satisfazem mais? - sim, furioso.
- Oh, não seja tão rude com o rapaz. Vamos até ali, quero falar com você. Um minutinho, depois pode voltar para ele...
- Tudo bem. Vamos.

Chegamos a um beco sem saída, escuro e frio. Ótimo local para uma conversa.

- O que quer com ele? - ele num gesto infeliz me agarrou pelo pescoço.
E infelizmente eu tive de me defender... Dei uma cotovelada no estômago do rapaz... Uma cena terrível, ver aquele anjinho cuspindo sangue... Fui até onde ele havia caído, sentei ao seu lado... deixei sua cabeça no meu colo... Falei tão gentilmente, enquanto limpava o sangue com um lencinho que achei em seu bolso.

- Pare com essa loucura. Ele está dependente da sua presença, você sabe. Ele vai enlouquecer. E mesmo que você o transforme ele vai odiá-lo.
- Por que me odiaria? - respondeu, cuspindo mais um pouco de sangue.
- Você está com ele por que?
- Para aprender sobre esse tempo, para ter alguém que converse comigo sobre esses tempos. - ele pegou minha mão... Não, não faça isso. Você não quer isso....
- E ele está com você por que? - Passei levemente os dedos nos cabelos dele.... tão macios...
- Ele quer o sangue, gosta do conforto que posso proporcionar.
- Você já não conversou o suficiente com ele? Já não aprendeu tudo sobre essa época?
- Sim, aprendi.... - ficou a observar minhas mãos...minhas unhas...
- E quando você der o sangue a ele, não terá dado tudo que ele quer?
- Sim... estou entendendo o que você quer dizer.. Entendendo de verdade... - ele sentou ao meu lado.
- E agora você sabe o que ele odiará você. Tenho que ir, Armand.
- Não, fique. Quero conversar mais.
- Oh, não fique com seu mortal. Eu voltarei um dia. Quando for a hora.

Beijei gentilmente seu rosto e seus cabelos. E finalmente sai andando como os mortais a nossa volta...

Boa Noite queridos!

. Enkil.



Boa Noite !

Venham aqui queridos, fiquem mais perto de mim.
Tenho um segredo para contar... Minha paixão mais secreta.

Quando Khayman me transformou e eu sorvi seu sangue, vi muitas imagens, mas nenhuma me tocou tão profundamente quando a figura do rei imponente em seu trono.
Nosso Rei Khayman me disse... O primeiro, ele falou.
E essa curiosidade se aquietou em meu peito. Como um sussuro na minha alma.
Uma leve pulsação. Que me vinha nos sonhos.. Os sonhos de sangue.
Eu o via, alegre, caminhando de mãos dadas, na noite com a Rainha.
Eu o via matar e beber....O via dar ordens e condenar.
E vi meu Khayman com ele. Eles pareciam nada mais que irmãos juntos.
Tão parecidos e amigos.
Mas isso foi antes, quando o rei era apenas um homem mortal e Khayman o seu mais querido amigo e companheiro.
Mas a tragédia, sua morte, e o acidente com o espirito.
Causaram uma grande mudança no relacionamento deles.
Principalmente depois da transformação.

E o sangue falava comigo, o sangue antigo e puro do mestre.
Ele era só ressentimento e dor. Suas gêmeas. Eu também as vi nas recordações. As imagens mais profundas do coração de Khayman.
As gêmeas numa sela, ele as transformou. As gêmeas separadas. Elas choravam.
Como eram lindas... Meu rei.

E quando foi necessário uma pequena infusão do sangue de Khayman ( um pequeno acidente com uns mortais revoltados), denovo aquela paixão aqueceu dentro de meu peito.
As imagens,o Rei. Agora,eu o vi parado, imóvel e apático. Me enchi de dor e pesar pela sua situação. Por que meu senhor...

- Pai... fala-me sobre o Rei. - tentei parecer desamparada.
- Oh, o Rei. A tanto tempo não falo dele. Meu Rei. Eu teria feito qualquer coisa por ele, você o sabe.
- Suas gêmeas... eu sei.
- Ele era uma criatura de bom coração, mas totalmente dominado pela rainha. E ela... não quero falar sobre ela.
- Desculpe incomodar você...

Mas nada daquilo parou, meus sonhos não se tornaram menos intensos. Minhas visões não se turvaram. Ele continuava falando comigo. O que você quer meu senhor?
Minha ligação mental com ele não foi interrompida durante muito...muito tempo. Apenas quando ele sentiu uma alteração na sua rainha... Vocês o sabem, quando ela conheceu o Vampiro Lestat. Nunca entendi por que ele entrou na minha mente. Nunca entenderei.
Nem diria que era uma ligação, mas ele sondava minha mente. Apenas nos sonhos.
Eu nunca diria isso quando estava acordada.
Nunca disse ao mestre sobre isso... Ele ficaria furioso se soubesse que eu ainda alimentava essa curiosidade, esse desejo.

Nada mudou no meu 'relacionamento' com o Rei... a não ser é claro quando ele... desapareceu. Eu despertei como uma louca.
Um demônio vindo as profundezas do inferno.
Gritando pelo mestre, gritando... Chorando e me debatendo.

- O que foi criança? - ele perguntou, tentou me acalmar. Mas eu só conseguia soluçar.
- Não sente, não ouve pai? Ouça. Ouça.
- Não ouço nada... Só sinto um poder imenso.... Mas não sei do que se trata.
- Ela acordou.. ela acordou mestre. Ela está vindo. Ela está nos matando por onde passa. Mestre..... Ela matou meu rei. Ela o matou. E eu senti sua morte, senti a ligação romper...
Continuei chorando e chorando.. E ai veio o ódio, a fúria...

Bem... eu e o mestre fomos em busca dos outros. O Conselho, a lenda.. a morte.
Nossa nova rainha. Vocês conhecem a história.

Assim se encerrou minha história com Enkil.
Enkil, um nome preso na minha mente durante séculos. Jamais o disse em voz alta.
Enkil...

. Sempre Khayman.



Boa Noite queridos!

Uma pequena revelação a vocês.
De como a morte pode enlouquecer...

- Desça dai Selene - Khayman falava...
- Não quero, eu vou morrer. Veja só. Me matarei e você não tente me impedir. - eu estava no telhado da nossa casa,esperando o sol... Que viesse o sol. Eu queria morrer.

Mas eu devo dizer por que queria morrer...
Khayman e eu tinhamos encontrado um vampiro errante, um belo e jovem americano.
Chamava-se Criss.

Ele deveria ter uns vinte anos quando foi transformado.
O ano era 1870.
Descendente de italianos...

Criss me encontrou para falar a verdade. Se sentia perdido e isolado, desde que seu criador havia sumido. Queria orientação e companhia.
Me encontrou quando eu passeava com Khayman. Que belo par nós faziamos.
Andando de braços dados pelas ruas de Londres. Na chuva ou em bom tempo, sempre estávamos a caminhar. Conversavamos longamente sobre o progresso e o passado.
Mas sentia que algo nele estava mudando. Meu mestre estava cansado dessa era...
Já aconteceu antes. Quando conheci Marius, Khayman estava descançando...
Passou basicamente cem anos adormecido. E eu sempre a vigiá-lo.

Enfim... quando conhecemos Criss,ele decidiu que eu tinha encontrado companhia... E ele poderia repousar sem se preocupar comigo.

- Pai... sentirei sua falta.
- Eu também querida... sentirei saudades de você. Prometo que ficarei parcialmente fora do mundo, continuarei na sua mente. Pequena,você já é uma extensão da minha consciência, do meu corpo... Você, também sou eu. Saiba disso. Meu sangue corre em você. O que eu sei, você sabe. Nós somos como um. Entenda.
Venha até aqui.

Quando eu menos esperava, ele me abraçou, pude sentir como poucas vezes seu corpo, sua força. Toda a mágia do sangue correndo nele. A mágia do espirito. Me senti tão pequena nos seus braço. Aquela força da natureza... Meu pai.
E mais inesperado ainda, foi quando ele cravou aqueles dentes assustadoramente poderosos em meu pescoço... Como da primeira vez. Aquele turbilhão de imagens e recordações. O poder, as memórias.
Institivamente também o mordi... O sangue é como alcool... a mesma sensação de queima.. de combustão. O fogo atravessando sua lingua e sua garganta...
Nem sei quanto tempo passamos naquilo... Não consegui larga-lo.
Quem nunca provou um sangue tão poderoso... O Sangue do mestre, é tão puro.
É a pureza. Ele veio direto da fonte. Diretamente dos reis...

E simplesmente acabou... continuei abraçada a ele. Sentindo o pulsar de seu coração... Aquele ritmo... Feria meus sentidos.

- Um presente querida. Agora você está armada e poderosa. Meu sangue a manterá e a deixará mais forte ainda.


Khayman se recolheu a seu esconderijo e simplesmente durmiu.
Cuidei de colocá-lo em seu sarcófago, como era de seu agrado. De lacrar o local...

Criss e eu vivemos juntos por vinte anos. Dividiamos todas as alegrias e tristezas da vida imortal.

- Não suporto mais você Selene. - Criss estava falando sério..
- O que eu faço assim de tão ruim?
- Você me assusta. E você sente falta de Khayman. Eu não posso suprir suas necessidades. Não consigo acompanhar seu espirito. Aposto que nem ele pode. Você é agitada demais e violenta demais. É agressiva e me ameaça.
- Não faço nada disso. - menti.

Mas ele continuou a me enfrentar... me atormentar, lamentar.
Dizendo que iria embora, que eu iria ficar sozinha...
Que fosse...

Até o dia em que ele sumiu... E ele sumiu... Mas eu o encontrei.
Ele estava esfarrapado como um mendigo... Lamentável.

Só que o rapaz era ironico e ridiculo. Como pude assim me enganar?
Então veio uma proposta ridicula, ele queria meu sangue... Mas que petulância.

Que erro... eu o queimei... eu não sabia o quão forte Khayman tinha me deixado.. Me descontrolei e quando vi. Criss era apenas uma massa de tecidos queimados...

E foi isso que me levou a loucura.
Arrombei todas as portas que levavam ao descanço do mestre.

E gritei, quebrei o sarcófago. Joguei a tampa nas paredes... e ela quebrou.
Institivamente ele me pegou pelos ombros e prensou na parede... Só o peso e a firmeza do corpo me sufocavam. Ele agarrou meu pescoço... Tanta força, quase o quebrou... Senti lágrimas nos olhos.
Com muito esforço consegui falar...

- Pare pai.. pare. Sou eu.

E isso o acordou.

- Desculpe. - ele disse.
- O que foi isso Selene? Que loucura é essa?
- Ele morreu, ele morreu, ele morreu. Ele está morto. Eu o matei.
continuei repedindo... repedindo..
Como um mântra....
Até que.... recebi um belo tapa na cara... E um olhar tão sério de reprovação...
Cai aos pés dele.. me agarrei aos seus joelhos e chorei.. Oh, como chorei.

- Oh,poderosa criança. Meu sangue a fez tão forte. Tem medo de seus poderes?
- Tenho... eu não fiz por querer... eu não sabia.
- Você não tem culpa, fui eu que a enchi do meu sangue poderoso demais.
- Ai pai.. Eu não queria que ele morresse. Só que parasse de falar...

Então foi ai que subi no telhado.. e fiquei cantarolando em grego... Algo que cantávamos nas festas de Dionisio.

O que nos levou ao momento que retratei no inicio da memória.
Mas... devo dizer que não queimei.
Khayman subiu no telhado... passando seu poderoso braço em torno do meu pescoço me arrastou para casa.. Me deitou dentro de seu caixão.. E deitou sobre mim... Impossivel me livrar dele... e o sono chegou...


E com o sono veio a razão, a reflexão... E eu acordei para a vida. E redescobri meus poderes.

Boa Noite !

. Khayman, Meu Khayman .



Boa Noite queridos !!

Hoje nada de lágrimas, muito menos de paixões.
Vou contar a vocês sobre Khayman.
Ele é um enigma... para todos. Inclusive para mim.
É meu pai, meu criador, meu irmão.
Vamos voltar no tempo... mil anos atrás.
Eu e Khayman morávamos em Istambu.

- Oh, pequena. - ele dizia.
- Sim, Khayman, o que deseja?
- Nada, deixe-me te olhar. Veja como é bonita.
Que sorte, que sorte.
- As vezes o senhor me deixa confusa. Talvez esteja perdendo a razão.
- Não estou perdendo a razão criança. É só uma certeza. De que um dia nossa felicidade vai acabar. Quando eles... acordarem.
- Khayman, não há o que temer. As suas gêmeas, elas não vão nos proteger? Elas não são tão antigas e poderosas como você?
- Sim, elas são. Mas a Rainha... Você não a conhece minha filha. Ela é tola e crente.
Sinto que vai causar muito mal quando acordar.
- Não tema. Juro que estarei com você quando tal vilã se erguer.
- Corajosa pequena. É uma grande sorte que esteja aqui.
- Que nada. Vamos passear?
- Onde quer ir?
- Para casa....
- Sempre a sua Grécia. O que acha de nos mudarmos para lá Selene?
- Para casa? Eu ficaria muito feliz. Muito mesmo. Poderei sentir o cheiro do azeite e das vinhas. Oh, senhor. Isso me faria muito feliz.

Mas, aquela noite, não fomos para Grécia, Khayman me fez esperar, esperar...
Por fim acabei dormindo.

Quando despertei novamente, meu querido mestre já tinha ido embora.
Ele faz isso, é o meu treinamento.
Ele some, desaparece. E minha missão é conseguir encontrá-lo.
Podem demorar anos... décadas. Até que eu consiga o seu rastro.
Foi assim que me tornei uma caçadora. Perseguindo meu mestre.
Vocês tem noção de como é difícil encontrar alguém tão antigo? Não se sente nem o cheiro dele se ele não quiser...

Depois dessa noite, só reencontrei meu Khayman, oitenta anos depois.
Mas,depois de um certo tempo, descobri que ele sempre vai vir até mim.
Então me resumi a aproveitar minha liberdade e esperar.
Até que o reencontrei em uma rua no Cairo. Seguindo o cheiro que ele deixou no meu velho anel de prata.

Ele é um enigma. Não se pode saber nada sobre ele.
Não tentem através de mim conseguir...

. A Sacada .



Boa Noite queridos !

Estou em uma situação dificil... muito dificil.
Apaixonada eu diria.
Isso é perigoso. Principalmente para o alvo dessa paixão.
Devo dizer que sou dada a momentos de loucura e posso simplesmente sumir e passar anos sem aparecer.
Estou tentando me controlar, vamos resolver isso não é?

Tenho uma noite muito gentil para contar a vocês.


Eu estava em casa, sentada na varanda, lendo... Umas poucas velas bastavam, mas a iluminação da rua ajudavam meus olhos sobrenaturais.
Eu lia Platão... saudades de casa. Sempre sinto saudades da Grécia.
Acho que deveria me mudar de vez para lá.
Mas minha bela e generosa Grécia agora não tem a imponencia antiga... São só monumentos vazios e turistas curiosos...
Saudades da minha Atenas...

Foi quando ouvi barrulhos na porta da frente... cheiro imortal.
Passos imortais. Cheiro estranho.

Quando abri a porta vi apenas uma pequena caixa, branca.
Seu interior era forrado com couro caramelo, dentro dela, um colar de pura prata.
Os pequenos aneis da corrente se entrelasavam de maneira tão.. simples e bela.
E o pingente me fez chorar. Era uma pequena coruja... seus olhos eram pequenos diamantes... Saudades de minha Atena. Minha deusa guerreira e virgem.
Quem teria me mandado esse presente? Não faço a menor idéia...
Mas pensando bem, talvez soubesse.
Anos atrás recebi outro presente assim, um anel. Prata novamente.
E dentro gravada a palavra Atina... ( Atenas)
Khayman é claro. Meu querido pai.

Mas, isso é apenas um momento da minha noite. Minha verdadeira revelação é outra.
Meu pequeno amor veio até mim. Parecia um tanto perturbado.

- Meus filhos estão me enlouquecendo.- ele estava sentado comigo na varanda... Os cotovelos sobre os joelhos... o rosto entre as mãos. A própria figura da lamentação.
- O que eles fazem, querido? - cheguei mais perto dele, parecia que ia chorar.
- Eles não me entendem. Basicamente isso.
- Você lembra, Amadeo, do que disse a Lestat quando o conheceu?
Que seus filhos nunca correspondem as suas esperanças. Sei que não os vez, mas é você quem deles cuida e protege. Não fique assim. Mesmo que eles resolvam seguir um caminho para longe de você. Amadeo, não me olhe assim. Com mil demônios.
Você é eternamente jovem e belo, pare com isso.
- Não quero mais falar sobre eles - ele sorriu.
- Está bem.
- Você recebeu um presente? Eu vi uma caixinha na mesa.
- Oh,sim. Khayman. Ele gosta de me mandar presentes anônimos.

Fui até uma caixa em meu armário... O anel.

- Tome Amadeo. Eu sei que gosta deles. Não tem um vistoso rubi como é de seu gosto. Mas, guarde. De mim.. para você.
- Obrigado.

Depois de um momento de silêncio...

- Amadeo, estive lendo seu livro.
- Você leu aquilo? Por favor... não foi a melhor decisão da minha vida.
- Eu quero ler uma parte para você... me permite?
- Está bem.Leia querida.


" - Seu cabelo parece feito de âmbar, como se o âmbar pudesse derreter e ser tirado das chamas de velas em longos fios etéreos e deixado secar assim para fazer todas essas tranças lustrosas. Você é doce, com cara de menino e bonitinho como menina. Por um momento, gostaria de ter podido ver você vestido de veludo antigo da maneira que você era para ele, para Marius. Gostaria de ter podido ver por um momento como você ficava de meias e gibão cintado bordado com rubis. Olhe para você criança gelada, meu amor nem sequer o afeta."

- Sim, criança gelada. Meu amor não o afeta.
Não sou a sua vissão de amor. Não sou seu Marius, Amadeo.
Você não me olha como olharia a ele.
Maldito Marius. Que fez você assim. Meu pequeno homem.
Ele o fez mas o prendeu, você se acha um homem preso nesse corpo de garoto?
Sim, você o acha. Marius tão vaidoso.
Nada disso você é. É lindo e jovem.
Mas essa é tua beleza Amadeo. Se tivesse sido transformado aos trinta anos.. Teria esse mesmo pequeno rosto e esse cabelo feito de âmbar.

Ele se limitou a olhar a rua, os transeuntes. Inocentes almas que nada sabem sobre o mal esperando na sacada.

- Querido, essa época não te valoriza.
Sua beleza tem uma classe, um jeito.
Você foi feito para as antigas eras.
Você foi feito para o veludo e as rendas.
Essa época é demais simplória e sinistra para você.

- O que você está sentindo Selene? Por que você está falando assim?- ele pareceu preocupado.

- Amadeo, eu gosto de você. Gosto perigosamente de você.
E me sinto perigosamente irritada com sua.. indiferença.

- Eu não sou indiferente a você. Mas o que devo fazer? Diga-me o que fazer.
Por favor, fale. Não me dê as costas. Não saia assim.
Sim, é como Marius, Selene. Sua idade e sua paciência. Quando se irrita me ignora, como ele. Eu me sinto furioso. Quero machuca-la. Volte aqui.
Me sinto, como me sentia séculos atrás com ele.
Essa mesma arrogância. Volte aqui.

Mas eu não queria ouvir. Cale-se Amadeo. Sua voz tem veneno. Ácido penetrante.
Então eu fiz algo que não desejava fazer de maneira alguma... O assustei.

Com um golpe rápido e certeiro quebrei a mesa de mármore da sacada... Um soco apenas. E ele ficou impassivel.

- Pretende me machucar? Machuque-me.
- Cale-se Armand!
- Tirana Mestra. Usando minhas próprias palavras, em meu próprio livro.
- " Mestre, tenha pena de mim. Estou confuso."
- Oh, meu pequeno. Eu sou tola, você o sabe.
- Nada tem de tola. E você que é pequena. Sou mais alto que você, veja só.

E ele saiu rodopiando na sacada, dançava. Só então percebi que chorei. Que chorei.
Mas eu não choro. Pequeno demônio. Sua beleza me fere os olhos.


Não se cansem de mim queridos. Só estou inteiramente confusa aqui.
Confusa. Isso ainda acontece. Prometo não falar mais do presente. Vamos ao passado, vamos sim. Minha vida tem eras e momentos. Chega desse pequeno amor de uma década.

domingo, dezembro 26, 2010

. Feliz Natal .



Boa Noite meus futuros Vampirinhos e Vampirinhas!

O Natal mortal se aproxima...
Eu não comemoro o Natal. Mas eu conheço uns vampiros que sim.
Vocês acreditam que eu já estive em uma festa de natal dos vampiros?

É mágica, vocês devem acreditar... mágico.

Nem foi há tanto tempo assim. Ano passado, quer dizer. A última que fui.

Vocês imaginam quem organizou a festinha?
Nem imaginam não é?

Pois eu conto a vocês. Foi Lestat.
E não na sua bela casa que eu visitei certa vez. Foi no grande convento onde morava a mortal Dora. Onde ele passou todo aquele tempo... ah, vocês sabem. Não quero comentar sobre isso. E Lestat, achou que seria de bom tom, depois de sua aventura ' Heaven and Hell' festejar a chegada de Deus encarnado... Eu não perco festas, mesmo que elas não tenham sentindo algum para mim.

Eu estava em uma missão na Irlanda, uma pequena comunidade de jovens vampiros estava quebrando o sossego de um lugarejo afastado da capital. Eu não deveria matar os jovens, apenas instrui-los de que não deveriam caçar nas redondezas e sim em locais onde as mortes não seriam notadas tão facilmente. Uma missão fácil.
Quando tinha terminado minha pequena audiência com os pequenos... ( que devo dizer foi um pequeno desastre, tive que matar um deles para que eles me temessem e obedecessem), meu celular tocou.
Oh, sim eu tenho um celular, já disse isso a vocês?
Do outro lado da linha uma voz sobrenatural.

- Sim, é Selene.
- Sim. Olá Lestat!
- Onde arrumou o meu telefone? Ah, no bolso da calça do Louis? E como ele foi parar lá?
- Eu coloquei no bolso dele? Não sei disso Lestat... (rio disfarçadamente)
- Está bem, não vou mais colocar nada no bolso do Louis... Que coisa.
- Você vai dar uma festa? De Natal? E eu devo levar um acompanhante? Mas quem?
- Você está louco. Completamente. Você sabe que ele tende a surtar em festas cristãs, e em igrejas, e perto de quadros sacros. Lestat não me deixe falando sozinha.

Mas ele já tinha desligado.

Fui até o hotel onde estava hospedada para refletir.
Eu deveria ir? Ou não? Que mal haveria? Nenhum...
'Levar um acompanhante..' que loucura. E como eu convenceria ele a ir comigo?
Não quero ver o rapaz chorando de novo... Parabéns Lestat. Me deu preocupações mortais... Mas já que eu deveria ligar para informar sobre a missão...

Peguei novamente o aparelho celular que estava na minha bolsa e comecei a discar um número.

- Hotel Ritz Paris Boa Noite. - a voz de uma simpática recepcionista.
- Boa noite. Você poderia me dar informações sobre um hospede?
- Sim senhora.
- Ele é um rapaz de 17. 18 anos. Cabelos avermelhados... muito bonito, tem feições infantis... Um belo sorriso, paga bem e não é simpático.
- A senhora não pode me dizer o nome dele para que eu busque no sistema?
- Eu até poderia. Mas não sei que nome ele pode ter usado para se registrar. Ele é meu irmão sabe.... Ele fugiu de casa, nossa mãe está tão preocupada. Eu sei que ele está ai, por que é para onde ele sempre disse que iria. (menti.)
- Claro, mas temos sim esse hospede.
- Você poderia transferir a ligação para o quarto dele?
- Mas é claro.

Oh, os imortais, como mentimos bem.

- Minha irmã? Quem é você que mente para me encontrar?
- Boa Noite querido. Sentiu saudades?
- Oh, Selene é você. Claro que senti. Como foi a missão?
- Tudo OK chefe.
- Você matou alguem?
- Claro que matei. Eu sempre faço.
- Você ligou só para informar?
- Não. Tenho um convite.
- Convite de que tipo?
- Para uma festa.
- Que tipo de festa? Uma festa só nossa? Eu e você...
- Não seja indecente. É uma festa de Natal... do Lestat.
(e então ele riu longamente. um riso juvenil que lembrava o de uma criança)
- Ele dará uma festa de natal?
- Armand, eu sei que você não quer mais ficar perto de coisas religiosas e tudo... Mas ele exigiu que eu leve alguém. E no momento eu só posso levar você.
- Oh, sim. Vai ser nosso baile de formatura? Devo te pegar em uma limusine preta, com um lindo buque de flores?
- Você pode fazer tudo isso se desejar. Mas você vai?
- Sim... eu vou.
(ele continuou a rir... e eu ri também. Faziam meses que não nos falávamos diretamente... senti muita falta dele.)
- Pois bem, em que dia devo ir te buscar na limusine?
- Oh, na Noite de Natal. Mas eu prefiro que você venha com outro carro... esses ai me lembram carros de funerária.
- Está bem. Até lá querida.
- Boa Noite Amadeo.

Bom, assim eu já tinha tudo pronto para a fadada festa de Lestat.
Missão cumprida e um acompanhante.

Relatando a festa rapidamente, Armand realmente apareceu com um carro melhor na minha porta. Uma Ferrari. Ele tem bom gosto para isso.
Fomos a festa, conversamos, nos divertimos.
Lestat nos convidou para rezar, mas eu preferi não fazer isso. Acho que vai contra os meus princípios.
E trocamos presentes.
Quem não gosta de presentes?

Dei um livro ao David, um diário com capa de couro e auto-relevo ao Louis, ao Lestat um óculos bem exagerado como ele gostaria, uma capa para Marius, um colar a Pandora e para Armand, não consegui pensar em nada... Bom, dei o que poderia dar.
Qual presente é melhor que sangue?

. Questões .



Boa Noite queridos.

Oh, nossa esqueci de vocês aqui.
Mas vou recompensá-los.

Vocês devem ter perguntas, eu teria.
Eu estava em casa, nesses dias em que não apareci.
Não, não em casa. Na Grécia. A Grécia, sempre será a minha casa.
Por mais que eu viaje o mundo inteiro sempre quero voltar para minha terra.
Nadar nas águas do Mediterrâneo... E ver meu mar de águas negras...
Ao menos existem filmes e fotos da minha terra.
Por que mesmo com meus olhos noturnos, nunca poderemos enxergar como vocês vêem a luz do dia. Claro, a noite ninguém vê melhor que nós.
Mas bem... quando voltei a minha atual residência, fiquei aqui pensando no que contar a vocês.

Ai pensei... ' Se eu fosse mortal nessa época, gostaria de saber coisas mais.. banais sobre vampiros. Até por que, não somos apenas mistério e diversão.'

Resolvi formular algumas questões.

1ª Vampiros tiram fotos?
Minha resposta, é sim. Eu tenho uma enorme coleção de fotografias.
Nossa memória é bem melhor que a dos mortais, então as imagens que temos de coisas que vemos é melhor também. Mas não é uma réplica perfeita como a fotografia.
Mas não é permitido tirar fotografias de outros vampiros... Só se eles deixarem.
Só que vou contar um segredinho para vocês... shiii.. Eu tenho coleções de fotografia dos vampiros mais chegados...
Quanto a vampiros aparecerem nas fotos.. claro que aparecemos. Nossos corpos estão sujeitos as mesmas leis da física que corpo mortal. Só que somos mais resistentes.. Ai vocês perguntam, vocês voam.. não é contra a lei da gravidade?
Em minha opinião... Nós usamos mais o cérebro que os mortais. Se vocês tivessem nossa força de vontade seu corpo obedeceria vocês, e não vocês a ele.

2ª Vampiros usam roupa de baixo?

Certo... vocês vão rir disso não vão?
Claro que vão.. O senso de humor de vocês me diverte.
Bom, tem mortais que não usam não é ... Por que nós deveríamos usar?
A Paris Hilton e a Lindsey Lohan.. são mortais perfeitamente normais, mas preferem deixar essa cerimonia de lado e não usar calcinhas... Ponto negativo para elas....
Bom, devo dizer que já tive oportunidade de ver vários vampiros se trocando.. E depende muito do tempo onde eles viveram e do momento que estão vivendo.
E depende bastante da roupa que usam também... Essa é uma questão bem pessoal, mas quando encontrarem um vampiro, no lugar das perguntas tolas de sempre, perguntem " Você costuma usar roupas de baixo?" Talvez ele livre a sua cara se começar a rir.

3ª Vampiros podem casar?

E eu digo que sim.
Se eles decidirem que não podem ficar separados.
E que não teriam relações amorosas com outros vampiros ou mortais.
Acho que o casamento é perfeitamente viável.
Mas é que os vampiros não conseguem não ter relações amorosas com outros vampiros/mortais. Então casamentos seriam contraproducentes.

4ª De onde vem o dinheiro dos vampiros?
É uma boa questão. Mas depende.
Alguns já eram ricos quando mortais, o que não é o meu caso.
Meu dinheiro vem de fundos bem investidos.
Nós conseguimos boas dicas ouvindo pensamentos alheios.
Alguns recebem grandes fundos dos seus criadores... Eu por exemplo ganhei muito dinheiro do Khayman... Fora uma coisa que eu faço...
Consigo convencer mortais a me doarem dinheiro. Para uma conta em um banco terrivelmente confidencial na Suiça.
Vocês pensam, ' mas vampiros não deveriam ter essa futilidades.'
Queridos... vivam mais de mil anos depois me digam se vocês não gostariam de conforto na vida. Se eu posso dormir em um caixão forrado de seda chinesa, por que eu iria querer ficar enterrada na terra?
Fora que temos de investir muito em segurança.
Descobrir moradias seguras e com locais bons para serem nosso covil de repouso...
Ou vocês acham que muitos vampiros já não morreram por terem sido encontrados a luz do dia?
Dinheiro é um bem necessário.

5ª Como um vampiro vê a família?

Minha família, continua alegre e satisfeita na Grécia. Mando cartões de natal todo ano para eles. Mas... minha familia de verdade, são minhas crias e meu mestre.
Família não é a instituição que te protege e guia?
É isso que meus irmãos vampiros são.
A família mortal é traiçoeira queridos.. Fiquem sabendo.
Podem te trair a qualquer momento. Por isso prefiro ficar com os vampiros.

6ª Todos os vampiros criados, são necessariamente amantes dos que criam?

Pergunta interessante essa, ponto para minha imaginação.
Mas eu respondo que não.
É difícil encontrar um caso assim.
Mas, eu jamais fui amante do Khayman. Ele sempre foi meu pai, professor e amigo.
Essa coisa de amor romântico é muito chata. Quando se tem essa ligação é muito mais difícil de se separar do criador. Você fica preso por laços torpes.
Não gosto disso. Nem todos precisam ser Louis e Lestat ou Marius e Pandora.
Podemos ser só.. parceiros.

7ª Vampiros tem animais de estimação?

Olha, isso é uma pergunta legal.
O problema é que a maioria deles precisa se divertir durante o dia e não podem ficar sempre conosco.. Por isso nunca pude ter um cachorro.. Apesar de adorar cachorros.
Mas tenho um bichinho sim. Uma coruja. Ela passa o dia dormindo. No quintal de casa.
A noite quando acorda ela sai para caçar. As vezes voamos juntas por ai... É divertido vê-la caçar. Mas dependendo do bicho podemos sim.

8ª Qual a relação de responsabilidade entre criador e os atos de sua cria?

Bom, um pai pode ser responsabilizado pelas ações de seu filho?
É o mesmo tipo de relação.
Nós os criamos, nunca saberemos se serão deuses ou monstros.

9º O que os vampiros pensam sobre o atual avanço da tecnologia?

Eu acho o máximo. Agora eu posso falar claramente com o Armand quando estou na Grécia e ele passeando por ai. Não é o máximo?
Não é mais necessário esperar três meses para as cartas chegarem da Europa.
Mas sabem.. acho que Lestat será o primeiro vampiro a pisar na lua...
Espero que ele participe do programa de viagem espacial da NASA ou compre uma passagem naquela nave comercial que está planejando uma viagem ao espaço daqui sei lá, uns quarenta anos? Por que se ele resolver ir voando.. Pode ser a última coisa que ele faça...

10º Os vampiros ainda tem algum segredo muito guardado?

A menos que existam vampiros na maçonaria não sei...
Mas nós apenas sabemos de coisas que os mortais não tem certeza. Por um motivo apenas, nós estávamos lá. Isso vocês nunca vão poder saber como é


Espero que tenha sido instrutivo.
Se tiverem alguma dúvida muito estranha, tentem me encontrar por pensamentos. Talvez eu ouça.

. Um Velho Amigo Romano .



Boa Noite queridos.

O que vocês andam fazendo?
Eu posso dizer o que eu fiz.... Uma pequena visitinha a um velho amigo.
Marius o Romano.

Eu sei que já contei a vocês sobre a casa de Marius, e sobre a minha admiração por ele.
Mas nunca com ele presente certo?
Ele me chamou, queria conversar... Vocês imaginam por que não é...
Marius está preocupado.. com.. ah, vocês já devem imaginar.
Não entendo por que os outros vampiros me acham uma má companhia...
Vocês me acham uma má companhia queridos?
Enfim... tá certo, eu já fiz muita coisa duvidosa nessa vida... Mas eu não vou matar só por um desentendimento...
Mas, ninguém acredita nisso.
Tem uma grande diferença entre o potencial de fazer algo e o ato em si.
Aristóteles fala bastante sobre isso na sua tese filosófica... Mas alguém liga?
Não custa nada dizer que essa desconfiança do Marius no meu autocontrole vem de uns... mil anos atrás...

Lá estava eu passeando por ai, a noite estava tão estranha que nem me lembro de que cidade era. Enfim, lá estava o grande Marius Romano e tals, com dois outros vampiros.
Um loiro e alto, que tinha características semelhantes a de Marius, mas sem sua grande beleza. E outro... Avicus. Lembrava-me dele... Fomos amigos, antes de ele ser sequestrado pelos Druidas dos bosques e trancado na Árvore como o Deus do Carvalho.
Como ele parecia mais interessante agora.

Bom, o outro como vocês devem imaginar era Mael...
Nunca gostei da presença dele... Tem algo de perverso e inútil nele.
Mas... Marius... Esse nome corria entre os vampiros.
O Romano, o intelectual, o que andava entre os mortais, e não menos importante... O Guardião. (claro, para aqueles que sabiam o que ele guardava.)

- Marius, o Romano. - eu disse, enquanto saltava do muro de uma casa, caindo levemente na sua frente. Pareci sobrenatural o suficiente?
- Marius eu sou. E você quem é? Por que me segue e a meus companheiros?
- Não sigo você. Ando pela rua. Você se acha dono da rua também? Não seja tão arrogante... Isso pode ser a sua ruína algum dia.
- O que você quer? Abrigo?
- Eu tenho muitas casas... Mas eu não vim falar com você.
- É ele que eu quero.
- Mael? O que você quer com ele? - ele pareceu surpreso... Tolinho.
- Não. Avicus.
- Você o conhece?
- Conheço melhor que você. Agora vá passear por ai com Mael... Cuidado para ele não morder você... Esse rapaz tem uma fúria introlável... e um ódio doentio por você.
- Você não pode me ordenar a sair de lugar algum. Eu posso matar você por andar ai nas ruas da minha cidade.
- Sua cidade?... É sua cidade para quem é fraco para ter medo de você... O que não é o meu caso. E não ache que eu vá ter medo deles... São fracos de espírito.
Quem me fez meu caro, era mais velho do que quem fez você.. Eu sou mais velha que você... Agora... nós podemos ser amigos ou não. Eu prefiro que sejamos. Preciso de companhia. E gosto de você, romano.
- Por que me chama de Romano?
- Por que sou grega, e nós não gostamos de romanos.
- Oh... Entendo. Mas quem fez você?
- Não posso dizer quem. Mas ele é tão velho quanto o pai e a mãe. E sim, eu os conheço. Nunca os vi... Mas os conheço. Meu mestre prefere não se aproximar deles até o momento certo.
- Você quer ir a minha casa?
- Quero. Tem uma festa lá?
- Não... não dou mais festas. Mas podemos conversar melhor. Não acho que a rua seja o local apropriado...
- Certo. Você tem razão.

Claro que não era o local apropriado. Mas aquilo era só uma disputa por território.
Se eu não ameaçasse a segurança dele, ele resolveria me enfrentar. E o resultado seria desastroso.

A casa de Marius era linda. Segura contra humanos, luxuosa, bem decorada. Tudo que você poderia esperar dele.... Ainda bem que os Pais não moravam lá... Aqueles dois corações enlouqueceriam minha mente... Já era difícil me controlar com Khayman... Aquele velho coração.
Mas devo dizer que aquela noite foi inesquecível.. Tirando onde era a cidade... Nunca consegui me lembrar onde era. Seria Roma? Antioquia? Constantinopla? Só perguntando a ele mesmo.

Reencontrei Avictus. Conheci Marius... Bom, e tentei dar um fim em Mael... Tem algo de muito ruim nele... Foi ai que começou a desconfiança de Marius... Mas não pensem que não gosto dele. Gosto bastante. Mas ele tem um pequeno defeito... ele é arrogante quanto a sua própria sabedoria... Isso me deixa um tanto irritada.. Talvez eu também seja assim, e só por isso me importe. Mas não se iludam.
Ele é um grande vampiro. É um mestre entre todos nós. E ele vai sobreviver...

Agora, sentada em um sofá muito confortável, ouço mais um sermão do mestre de Romanus... Sobre como o pobre Amadeo sofreu, de como ele deve ser preservado.. De como ele se arrepende... Não tenho mais paciência para isso.

De subito, levanto do sofá... Vou até Marius que está andando de um lado para o outro da sala...

- Escute... Eu sou antiga como você... Sofri muitas coisas, como você.
Mas ao contrário de você, eu sei manter minhas amizades.
Não vou machucar Armand. Ele sabe disso. E você, não venha me ameaçar denovo.
São novos tempos Marius. Acostume-se a eles. Ou pereça.
Nada me irrita como esses avisos intermináveis.. Eu posso parecer jovem, mas de jovem só tenho a aparência. Lembre-se disso e pergunte a Pandora como fico irritada com histerias sem propósito... Adeus Marius. Até a próxima festa. Você ainda tem meu telefone? Certo. Me procure se precisar encontrar alguém.


Bom.... essa história acabou.
Mas fiquem sabendo.. não gosto de ameaças...
Nem de avisos. Se eu morrer por falta de cuidado próprio... Que eu morra.
Não gosto de conselhos. Eu dou os conselhos.

Boa Noite !

terça-feira, dezembro 21, 2010

quinta-feira, dezembro 16, 2010



Boa Noite queridos.

Eu estava aqui me lembrando de um fato curioso.
E é sobre quando vi pela primeira vez o livro 'Entrevista com o Vampiro'.
Fiquei simplesmente horrorizada, mas por que tomar alguma atitude para com aquele pobre ser?

O pequeno Louis, o parceiro de Amadeo, o filhote de Lestat... eu não poderia fazer nada.
E o pobre rapaz não sabia de nada.
Suas memórias eram baseadas nas omissões de Lestat, a consciência atormentada de Armand e seus próprios sofrimentos.

Lestat sabia tanto... mas disse tão pouco. Típico dele, essa ironia, tratar Louis como um nada, uma mera sombra de sua personalidade. Puro disfarce, ele é terrivelmente carente de amor e atenção. Ele faz de tudo para ser notado e amado. Pobrezinho...
Armand, era uma péssima influencia naqueles tempos. Apenas de já ter saído das sombras e dirigir aquele belo Teatro, ele ainda não tinha se acostumado a voltar a luz. Nem tinha o que dizer. Marius como Lestat, não contou ao pequeno coisas que ele deveria saber.

Voltando ao livro... pobre Louis.
A mentalidade do povo daquela época não conseguia absorver o mistério, as sombras.
Tudo em Deus. Era no que acreditavam.
Ó Deus vai nos castigar. Vamos para o inferno...
Ó céus, ainda bem que não passei por esse tormento.
Meus deuses eram maldoso,furioso e irados, mas seus julgamentos de morte eram justos.

Enfim, encontrei o livro em uma loja, quando passeava em Nova York.
Nem sei exatamente por que li, a maioria desses livros é uma grande besteira. Mas aquele me chamou atenção. Logo nas primeiras páginas vi de quem se tratava.
Agora me arrependo de não ter conversado com Louis na noite em que encontrei Amadeo.
Não podemos mudar o passado, podemos?

Li aquela história... quantas mentiras.
Todos os vampiros conheciam a verdadeira história de Lestat.
Sabiamos que ele não era aquele monstro sem alma retratado no livro.
Ele tirou Armand da obscuridade, ele entendeu.
Somos criaturas de deus também, não das trevas.
Ele soube que devemos viver em festa e sabedoria, não na penúria e lástima.
Grande criatura ele é. Um dia contarei a vocês sobre a noite em que conheci o Príncipe.
Tem algo de envolvente nele, talvez seja sua ironia, ou sua irresponsabilidade.

O que eu fiz depois de ler o livro?
Queimei.
Grandes besteiras...
Senti vontade de procurar Lestat... mas como sabemos, ele ainda estava se recuperando da tentativa de assassinato que sofreu. Não seria justo desperta-lo para se decepcionar tanto.
Mas ele se vingou... oh se não.
Digno!

quarta-feira, dezembro 15, 2010

Tennyson Im Memoriam



"Esteja perto de mim quando a minha luz diminuir,
Quando o sangue se esvair, e os nervos formigarem
e o coração estiver doente,
E todas as engrenagens tornarem-se lentas.


Esteja perto de mim quando o quadro sensual
Se montar com as dores das conquistas à confiança;
E o tempo, um maníaco a dispersar a poeira,
E a vida, uma fúria em chamas.
Esteja perto de mim quando minha fé secar,
E quando os homens forem como as moscas da última primavera,
Que colocam seus ovos e envenenam ao cantar
E enredam suas células mesquinhas para a morte.


Esteja perto de mim quando eu desaparecer,
Para mostrar o fim dos conflitos humanos,
E à beira da escuridão da vida,
Chegar ao crepúsculo do dia eterno".

. O Início .



Boa Noite queridos !

Quero contar uma história boa hoje...
A história de como fui criada... de onde veio Selene?

Por onde devo começar?
Onde nasci? Minha família?
É, é por ai que devo começar...

Nasci em 331 a.c, justamente quando o Grande Alexandre estava degolando os bárbaros persas em Gaugamela. Grande homem foi Alexandre.
Anos depois, quando ele já tinha morrido, foi que pude perceber tudo que ele tinha feito pelo mundo helênico.
Ah, sim eu nasci em Atenas.
Selene.... vocês devem saber era a Titã que representava a Lua. Depois da sua queda, esse papel ficou com Artêmis.
Nasci a noite, uma quente noite da Grécia.
Eu tinha duas irmãs.
Aléxia e Licía.
Ambas mais novas que eu.

Meus pais eram jovens quando nasci, um casal muito feliz.
Vinham de famílias de mercadores, apesar de não sermos as pessoas mais ricas da Grécia, éramos bastante felizes.
Eles tinham uma banca na feira, vendiam pergaminhos.
Meus pais compravam o original do autor, e era meu trabalho fazer várias cópias.
Com isso, eu lia uma grande variedade de informações.
Posso dizer que isso me fez ser mais instruída que a maioria dos homens e mulheres.

Quando não estava em casa cuidando das minhas irmãs, nem fazendo cópias dos pergaminhos, eu ajudava meus pais na banca. Era bem animado lá.
Um dia, já estávamos fechando quando um senhor veio comprar alguns pergaminhos... Eu os peguei para ele, mas o dinheiro que ele pagou por eles era, não sei cinco vezes maior que o justo. Então eu resolvi separar outros que talvez ele fosse gostar.
Não levei nem cinco minutos mas ele já tinha ido embora.... Os guardei, o senhor já tinha pago por eles mesmo... Resolvi guardar, quem sabe ele não voltaria para comprar mais ?

Mas... quando eu tinha uns 17 anos... meus pais... os dois, ficaram terrivelmente doentes. Uma doença que não se sabia o que era, nem de onde vinha. Nenhum médico, ou curandeiro conseguiu ajuda-los. E por fim os dois morreram.
Como não tinhamos outro sustento, eu e minhas irmãs continuamos cuidando da banca da familia. Já que eu tinha de ficar muitas horas vendendo e cuidando dos negócios, não tinha mais tempo para as cópias, por isso ensinei Aléxia e Lícia a ler e escrever.
Agora eu era dona da casa. Tinha que garantir a comida e a boa fama de nosso lar.
Era uma moça bem direita se vocês querem saber.

Depois de cinco anos cuidando sozinha da familia, começava a achar que minha vida ia ser sempre assim... trabalho e dívidas, problemas com autores... problemas com minhas irmãs que queriam por que queriam casar... Mas eu as julgava muito novas. E eu que decidia.

Eu sempre adorei ir ao teatro, e um dia eu estava fechando a banca por que iam encenar Édipo Rei, eu queria muito ver.
Mas vinha um rapaz na direção da banca então resolvi esperar para ver se ele compraria alguma coisa... Só que o que vi foi o pobre rapaz sendo consumido por chamas que não vinham de lugar algum.
E vi o senhor estranho que comprou aqueles pergaminhos anos atrás.

-Olá Senhor. - eu sorri para ele.

Quanto mais ele se aproximava mais espantada eu ficava.
Ele tinha uma pele branca... parecia feita de um material diferente dos outros..
Grandes olhos negros, ele parecia egípcio.
E o era, quando tirou a capa foi que pude perceber.
Ele parecia ter no máximo uns 35 anos... Era forte, mas simpático, não senti medo em ficar sozinha com ele...
Seu nome era Khayman.

- Ele ia matar você... - ele disse.
- Por que ele iria me matar?
- Por que ele é uma espécie de monstro querida.
- Que bom que o senhor apareceu e matou esse monstro.
- Pelo menos pude fazer algo de bom por você...
- Espere! Tenho um presente para você.
- Para mim? Mas nem nos conhecemos...
- Espere. Não, venha comigo. Me ajude a desmontar essa barraca e venha comigo até minha casa.

Então lá fomos nós pelas ruas estreitas que levavam a minha casa.
Era uma casinha simples mas simpática, pintada de branco e verde.
Fui até meu quarto e deixei Khayman esperando por mim na sala. Peguei os velhos pergaminhos que havia guardado para ele.

- Tome, são para você. - e entreguei os pergaminhos a ele.
Ele pareceu muito surpreso ao ver os presentes.
Ia pegar algumas moedas para pagar por eles.
- Não,não. Você já fez isso anos atrás, não se lembra?
Eu os guardei para você.
- Ah, sim eu me lembro... Que gentileza a sua. Você é uma moçinha muito especial sabia?
-Oh, obrigada...
- Você iria jantar comigo?
- Mas senhor, não seria adequado... Tenho duas irmãs para cuidar e a reputação da minha familia a zelar... Mas o senhor pode jantar aqui em casa. Preparo algo rapidinho.

E foi o que fiz, nosso jantar tinha queijo, uvas, um pão delicioso que minhas irmãs tinham feito, mel, e peixe. Além de vinho é claro.

Nosso visitante mal tocou a comida... disse que estava se sentindo indisposto... Tudo bem.. comida é que não se pode estragar nessa casa. Levei tudo para cozinha e reservei para o outro dia.

Depois do jantar, minhas irmãs foram dormir e ficamos conversando...

- Selene, eu preciso de você.
- Precisa de mim para que?
- Para viver comigo... Para me acompanhar, para ser minha amiga...
- Você está falando em casar comigo?
- Quase isso... é um compromisso mais sério ainda.
- Mas antes da minha proposta, eu preciso lhe falar...
Querida, seus pais morreram de uma doença que acomete apenas alguns membros de suas familias... como você deve saber eram parentes bem próximos..
-Mas como você sabe?
- Deixe que eu fale primeiro, pequena...
Assenti e pedi que ele continuasse falando...
- E você minha pequena deusa a tem também... E lhe digo mais, você não vai ter mais do que dez anos de vida. Agora minha proposta, você desejaria morrer hoje e ganhar vida eterna amanhã?
-Mas como poderia fazer isso?
- Eu sou um... sugador de sangue Selene. Nós somos criaturas da noite, nos alimentamos de sangue, somos imortais, invulneráveis, com exceção de fogo e luz solar. Permanecemos eternamente jovens e belos... Como na lenda da Deusa da qual você herdou o nome. Dormimos durante o dia, e a noite nossa pequena lua...
- E você quer que eu seja sua companheira nessa... vida? Que noite após noite eu acordei ao seu lado... e viva para sempre?
- Eu sei que tem muitos prós e contras na minha proposta.... mas eu preciso de você.
Sabe, eu sou um dos vampiros mais antigos que existem... eu nasci antes do grande Egito se erguer... E as vezes eu me perco em devaneios..esqueço-me de mim mesmo. Preciso de alguem que fique sempre comigo... E espero que seja você.
- Minhas irmãs... elas tem essa doença também?
- Não se preocupe com elas, elas estão e ficaram bem.
E o que você me diz? Ficará para sempre ao meu lado?
Mas antes, fique sabendo que não precisará ficar sempre na minha companhia, terá a liberdade de ir e vir sempre que quiser... Verá o mundo e suas eras. Você aceita?

Como vocês devem ter percebido, eu aceitei.
Sem dúvida foi uma das coisas que eu mais me alegro em ter feito.

Falei com minhas irmãs, disse que tinha arrumado um pretendente muito rico.
Mas que para casar com ele teria que me mudar para muito longe e nunca mais as veria... E fui. Só que durante toda a vida delas, eu e Khayman, zelamos para que nada lhes faltasse... Minha familia mortal ainda existe. São donos de uma grande rede de hoteis, e até hoje os médicos estudam a doença genética que mata dois a cada vinte membros da familia.

E foi assim que me tornei uma imortal.
Espero que tenha sido instrutivo para vocês.

Boa Noite queridos !

segunda-feira, dezembro 13, 2010

.Vlad.



Boa Noite amores.

Desculpem minha demora em aparecer novamente, estive terrivelmente ocupada esses dias... Fui visitar um dos meus filhotes.
Não sei que já disse a vocês, mas fiz alguns vampiros...

Esse vampiro em especial, é o Vlad.
O conheci um pouco antes da Revolução Russa.
Ele era um doce partidário dos Bolcheviques.
Eu fui a algumas reuniões deles sabe... Achei muito interessante os pensamentos de Lenin.
Mas eu já sabia que aquilo não ia dar certo. É a ordem mundial das coisas, alguem sempre tem que se dar melhor que alguem... Bom, como nós os vampiros. Alguem sempre tem que morrer para que continuemos vivos... (não literalmente é claro, há o que chamamos de gole breve).
Enfim, eu estava em um café... como sempre.
Eu adoro cafés. É onde tudo acontece, é onde está a vida nas grandes cidades.... principalmente no século XX.
Agora, as pessoas só vão a shoppings.... não gosto muito de shoppings.
Voltando ao passado... Eu estava olhando minha xícara de café quando ele se chegou.
Como era lindo, barba aparada, cabelos caindo nos ombros. Lindos olhos verdes.
Conversamos durante horas sobre o declínio do capitalismo, as instituições falidas do governo... da monarquia, da opulência e o desperdício daquele regime Czarista..

Ele tinha uma lingua afiada, cheio de ideais... tão tipicamente socialista.
Mas eu não poderia matar um jovem tão belo,poderia?
Vlad mal tinha 18 anos. Ele tinha tanto a fazer.
Senti uma vontade ameaçadora de tirar aquela vida... Acabei indo embora.
Afoguei minhas vontades em vários e vários pescoços maldosos.

Mas comecei a segui-lo... que péssimo erro.
Quanto mais me aproximava mais aquele sangue me atraia. Fui a muitas reuniões dos bolcheviques só para vê-lo. Parecia que ele sabia da minha presença.

Um dia, as paixões me dominaram e deixei que ele me visse em uma rua...
Para seu próprio azar ele me seguiu.
Engraçado como os mortais acham que podem me livrar dos perigos... quando na verdade o perigo sou eu.

- O que você quer comigo Vladmir?
- Eu gostei de você Selene, por que você some assim?
- Por que eu não sou o que você espera, nem do que você precisa. Sou um simples acidente de percurso.
- Mas você... não tem nada de errado com você.
- Pobre Vlad... fique aqui com suas ilusões. Eu não traria nada de bom a você.
- Não vá Selene. Eu não quero que você vá.
- Por que ? O que você acha que eu sou?
- Você é uma linda mulher, que é terrivelmente inteligente e racional. Com quem eu gostaria de passar mais tempo.
- Terrivel engano Vlad. Eu sou uma predadora. Me alimento da vida dos outros.
- Então você é uma capitalista ! - ele riu tanto disso, que me fez até ficar animada também.
- Talvez eu seja. Mas para que você fique comigo, teria que entrar no meu sistema também, está disposto Vlad? Você quer virar um sugador de vidas? De almas? E sangue? Viver para sempre? Acha que isso vale a pena só por mim... Pense bem.. depois de feito não tem volta.

Mas sem esperar sua resposta, subi pelos ares e sai da Rússia.
Só voltei lá cinco anos depois.

Infelizmente, meu querido Vlad ainda ia ao mesmo café.
Todos os dias, esperado me encontrar uma outra vez.

E como vocês devem imaginar finalmente provei daquele sangue... Pura vodca com um leve toque de açúcar de beterraba... oh, os Russos...tenho um pequeno fraco por eles.. vocês devem saber disso...não é?

Vlad continua na Europa. Continua um charme de vampiro.
Sempre provando dos piores capitalistas que encontra.
Nesse encontro o vi atacando uma jovem madame que eu o golpe do baú em seu velho marido.... Um encanto !

Até mais queridos...

AVISO !
As ruas de Moscou não são seguras as jovens americanizadas,que lembram as moças de " Patricinhas de Beverly Hills."

.-.

Sinto que perdi séculos com meu fotolog.
Podendo ter feito logo um blog.
Tem tantas coisas legais lá... e nenhuma aqui...
Talvez eu passe as coisas de lá para cá.


Anotação mental:
1º Passar as coisas fotolog-blog
2º Postar fics Selene.


K.

domingo, dezembro 12, 2010

-

Olá gente.
Passei só para desabafar que é uma droga ficar sem internet.
Mas ao menos tive tempo de rever Entrevista com o Vampiro.
E escrevi mais duas fics da Selene.
Quando minha net voltar,posto aqui.



K.

sexta-feira, dezembro 10, 2010

. Passagens .


Armand.
Ótima noite para vocês!

Hoje eu não tenho uma noite isolada sobre a qual contar, mas tenho pequenos fatos para contar sobre pequenas coisinhas interessantes ....

Então, uma noite dessas, eu fui ao cinema.
Devo dizer a vocês,que alguns desses filmes não são nada fiéis a história...hmm
Mas fui com um amigo, o velho David. Era um filme sobre Roma, eu acredito...
Depois, somos a um restaurante, vampiros adoram isso, se misturar... eu pedi um café e sonhos, o garçom ficou muito espantado.... Quem vai jantar em um lugar caro como aquele para beber café? Vampiros...
Adoramos cheiros fortes, como o de café.
Ficamos conversando um bom tempo...

- Do que você sente falta, na vida de mortal? - David perguntou.
- Você quer mesmo saber? Não me parecia adequado...
- Quero sim...você sabe que quero.
- Então tudo bem. Eu sinto falta da comida, das bebidas... e.. ah, claro que sinto falta do sexo. O sangue, é para nós tudo isso. A comida, a bebida, o prazer. É claro que a explosão de sensações do sangue supera qualquer experiencia anterior... Mas existem tantas comidas que eu nunca provei... Como refrigerante... os mortais adora refrigerante...
E chocolate David! Nunca tive essa oportunidade.. Aposto que você sente falta do seu velho scott.
- É eu sinto falta. Mas ser vampiro me proporcionou coisas que eu nunca poderia imaginar. Me livrou de uma situação de declinio e morte. Me sinto jovem denovo. Mas você não teve que passar por isso.
- Não, não tive David. Mas ter a minha idade atual é complicado, ouço coisas que detesto, minha mente é um inferno as vezes... É preciso ter muito auto-controle para não enlouquecer.
E assim encerrei minha conversa com David.



Por falar em sangue... e em gosto de sangue.

Uma noite dessas, eu estava passeando pelas ruas de Milão, entanto convencer Armand a ir comigo pra Veneza... Triste ilusão minha. Ele não quer voltar lá... Uma pena..
Mas, voltando ao assunto, fomos caçar.
Bom, eu não quis nada naquela noite. Eu sou antiga o suficiente para passar muito tempo sem sentir a sede. Mas ele foi, fiquei só observando.
Vocês não sabem como é divertido. E também um pouco assustador.
David me disse que se fosse mortal na primeira vez que o viu caçar teria desmaiado.
Eu adorei. Senti até vontade de dividir aquele vagabundo com ele.
Ele gosta disso, dos vagabundos, mendigos... a escoria.
Quase senti a explosão do sangue... o belo ritmo do coração que sabe que vai parar,isso é hipnótico. Não recomendo que ouçam isso por muito tempo.
Então acabou.
E ele veio, propositalmente sujinho de sangue... tisc tisc tisc...
Preciso dizer o que aconteceu?
Mas garanto que ele ficou limpinho depois...

Ficamos andando pelas ruas, sentamos em uma fonte linda... fiquei brincando com a água...não foi bom dar essa idéia a ele. Ele jogou água em mim... Não riam, não teve graça. Mas ai eu joguei água nele....Acabamos feito dois cachorros molhados que cairam da mudança...
Mas continuamos lá.

- O que você acha do sangue Armand? - ele pareceu muito surpreso com a pergunta.
- Como todos nós nos sentimos. Você não?
- Eu acredito que existam vários tipos de sangue. Melhor, de maneiras como nos sentimos ao beber. Beber o sangue daquele vagabundo não seria como beber de você.
É o sentimento. Se você passa meses espreitando, observando, apredendo sobre o alvo... Você cria um desejo fora do normal por aquele sangue. Não um sangue achado na rua.
- Não acha isso?
- Acho sim, você me quer não é?
- Eu sempre quero você. Mas não me venha com essa cara. Eu não sou um homem Armand. Você está péssimamente acostumado. Não vou te usar e esquecer de você.
Você sempre terá a mim. - ele parecia que ia chorar... por que ele sempre chora?
- Você só chora na minha presença?
- Sim... eu sou muito patetico não acha?
- Eu não te acho patético, só acho fofinho. Vem cá, me deixa secar você.
Ficamos abraçados, o que era tão estranho... Pareciamos irmãos naquela fonte.... Mas não por muito tempo. O desejo sempre fala mais alto. Vocês sabem não é?
Enquanto ele estava deitado no meu colo...mordeu meu pulso..
Mas, espera ai... Vocês acham que ia ficar por isso mesmo?

Segundos depois estavamos rodopiando no ar, viajando com o Dom da Nuvem para qualquer lugar. Abraçados e sangrando de amor.

. A Festa .



Louis e Armand.
Então, eu não contei a vocês sobre a festa contei?
Só disse como fui parar lá... sempre faço isso, conto as histórias pela metade.
Mas acredito que vocês queiram saber como foi não é?
Quem não iria querer saber o que aconteceu em uma festa cheia de vampiros haha..

Mal sabem vocês, estavam todos lá.
Diga um vampiro, eu direi que ele estava lá.
Todos estavam.

Quando chegamos Marius e Pandora estavam a nossa espera, é sempre interessante um encontro familiar de vez enquando não?
Já que não era do meu interesse, deixei Armand lá e fui parar o salão.
Vocês nem imaginam como era lindo,tinham várias mesinhas com duas cadeiras.... dignas de dar vontade de conversar a sós... hmm..
Tinham várias luzes piscantes... me lembrou decoração de natal.
Várias telas de Marius estavam espalhadas por lá, para que nós apreciássemos.
Mas, a decoração não era importante, os convidados sim...

O primeiro com quem tive contato foi meu mais novo caso de reabilitação... Louis.
Mas é claro, logo apareceram Lestat e David... Como se consegue um minutinho sozinha com esse rapaz? Pelos deuses... é mais fácil falar com Zeus do que com ele...

Eu tinha coisas mais importantes... um dia rapto Louis e terei todo o tempo que desejar com ele... HAM!

Ali estava ele, meu querido Khayman.

- Olá criança
- Olá Senhor Khayman.
- Uma bela festa não? Me lembra as que Luís XVI costumava dar...
- Sim senhor. Está se divertindo? Como anda seu projeto Recuperar-as-Memórias?
- Vai muito bem se você quer saber... Deveria aparecer mais Selene, você prometeu me ajudar, se lembra?
- Claro que lembro... eu não esqueço das coisas.
- Está bem. Apareça... Agora vá criança, sinto que você procura alguem.
Sabe, nunca entendi sua facilidade em se apaixonar por esses jovens... Por favor, não mate mais ninguem tá? Principalmente o pupilo do nosso anfitrião, ele ficaria muito bravo.
-Certo senhor. Ele está seguro comigo. - uma leve piscadinha

Então fui procurar o que me interessava. Vocês devem saber o que é.
Acho que vocês não sabem o que é a coisa mais chata de uma festa de vampiros...
Algum palpite?
Eu digo, não existe comes-e-bebes. Só se você quiser trazer reféns,mas isso não é adequado... Somos vampirinhos civilizados hihi.

Essa música está me enlouquecendo...pelos deuses, alguem pare essa garota!
Trocentas vezes a mesma música.
Não tenho paciência infinita.
Sybelle a protegida de Armand estava me enlouquecendo com sua Appassionata.
E como sempre lá estava o Benji vigilante.
Sabe... as vezes transmissão de pensamento realmente funciona.
Ele apareceu e pediu uma outra música... Eu não estava gostando disso...

Bom, devo dizer meus queridos, Sybelle tocou O Danúbio Azul muitas e muitas e muitas vezes. E eu me senti com duzentos anos novamente. Quem não se sentiria assim ao ser levada para o meio do salão e ficasse rodopiando por hora e horas por um belo diabinho, ao som da valsa mais famosa do mundo?
Essa foi minha noite, por que é só disso que me lembro.
De dançar e dançar, lembro dos sorrisos e dos aplausos...
e me lembro dele...


Boa Noite queridos.
Essa festa, não é o fim nem o começo... é apenas o caminho.
Logo, vocês saberam como foi o começo... o fim, oras somos seres imortais.

. Uns Amigos .

Eu falei a vocês sobre a minha casa não foi?
Prometi contar sobre o rapaz que a restaurou para mim.


Bom, faz pouco tempo que adquiri essa casa, foi pouco depois da minha visita ao David.
Enquanto ele e o mestre tinham suas conversas eu cuidava da minha nova casa.
Ouvindo os boatos mortais, acabei sabendo que a família de um velho amigo ainda vivia em Nova Orleans. Os Mayfairs.

Uns sessenta anos atrás eu vim a essa cidade pela primeira vez, conheci um bruxo.
Ele me pediu ajuda. Os bruxos sempre sabem, que nós somos diferentes.
Sabem o que nós somos. Eu fui a um café e encontrei um jovem brilhante.
Julien Mayfair era seu nome. Ele cheirava a luxúria... hmm...
E ele tinha um espirito forte, Lasher..
Como Julien sabia que eu não era uma pessoa comum, me contou a história de sua familia, perguntou se eu sabia de algo que poderia ajuda-lo a quebrar a maldição que a cercava...
Meu conselho foi apenas um:Talamasca.
Eles podem não ser bons quando se trata de vampiros, nós realmente não gostamos de gente nos nossos pés. Ficamos perigosos quando pressionados.Mas quando se trata de possessão, espiritos, coisas amaldiçoadas... Eles são quem você deve buscar.
Julien prometeu entrar em contato... eu sabia que não o faria.
Aproveitamos muito nossos dias juntos, sua família era muito interessante, poderia passar anos só observando os eventos que cercavam essa familia...

Julien apareceu para mim anos depois...
Me lembro que choveu quando ele morreu... uma chuva que parecia nunca acabar.
Eu fui até lá quando ele chamou...disse que era sua hora.
Fiquei umas horas ao seu lado... alguns dias antes.
E fiquei na cidade esperando noticias.
Não poderia simplesmente entrar na casa... não gosto de me explicar aos mortais, nem de desenvolver histórias para minha presença.

Anos..anos e anos depois...
Conheci um novo Mayfair...
O meu melhor amigo mortal,Michael Curry.
Se vocês leram as crônicas conhecem sua história.
No fim descobrimos o segredo do espirito de Julien... era o espirito de alguem de uma raça antiga, agora extinta...
Enfim, o jovem Michael é puro e doce. Tem uma calma e serenidades que me lembram Khayman...podemos passar horas sem nem falar. Ou podemos cantar velhas canções irlandesas.Podemos falar sobre Dickens, ou ler um para o outro.
Michael me dá pena.
É um homem sem igual, se eu pudesse o traria para o nosso lado.
Mas o que aprendi nos meus muitos anos, foi a aceitar a mortalidade humana.
Uma amizade entre mortais podem durar anos...décadas.
Mas entre imortais.... Eu não teria o direito de transformar alguem só por apreciar sua companhia e se depois brigarmos e eu não quiser mais ficar ao seu lado?
Isso chama-se egoísmo, isso gera monstros.
Aceito a mortalidade de Michael, sei que não irá durar.
Mas gostaria tanto de ajudá-lo.
Ele se envolveu em uma relação que não o beneficia...
As vezes me pergunto se ele é cego, e não vê que sua esposa é tão fria quanto um vampiro... Tão morta quanto um. E tão logo será um... Mas eu preciso falar disso?Não!


Um dia tratrei o Michael aqui para vocês conhece-lo.
Por hora, saibam que ele é uma contradição, grande, culto, forte, doce e capaz de grande violência.

Boa Noite queridos, tenho visita... E ele cheira a sangue e tinta fresca...vocês adivinham quem é?

. A Procura.


Marius e Amadeo.

Boa Noite meus queridos...
Hoje não estou muito bem, acabei me lembrando de uma história que gostaria de esquecer...Mas quem manda ter essa memória monstruosa...

Foi uma noite como qualquer outra mas foi a muito tempo.
Eu diria que uns trezentos anos atrás. Quando conheci Amadeo, por que naquele tempo, era essa pessoa que eu procurava. Mas encontrei Armand.

Vamos por partes, deixe-me explicar por que fui procurar o pupilo de Marius.
Como vocês devem saber as comunidades satanistas de vampiro se proliferavam com a mesma ferocidade e imundice de uma comunidade de ratos. Mesmo tipo de pestes.
Vou contar como conheci esse movimento. Uma noite, eu e mestre Khayman estavamos andando a cavalo e apareceram aquelas assombrações, eram uns vinte, seres em vestes negras. Umas pestes. Xingaram e tentaram nos atacar, dizendo que nosso poder deveria ser usado para Satã,que esse era o nosso destino... Bom, o meu destino foi bem diferente dos deles, eu e Khayman os fritamos até não sobrar nem as cinzas.

Mas, essas pragas não pararam de aparecer. E anos depois descobri o que tinham feito ao grande Marius, um vampiro romano que eu admirava bastante, levando em consideração a maneira como se comportava e sua missão, que como nós sabemos era vigiar e velar pela mãe e o pai.
E bom... decidi me encontrar com ele, e foi o que fiz.
Ele se sentia tão mal pelo que tinha acontecido, aos jovens mortais que ele ajudava,a sua casa, aos seus bens, e principalmente ao seu querido Amadeo.
Quando Marius descobriu que sua cria mais querida tinha se juntado aos malditos satanistas que tinham feito tanto mal a sua casa... ele simplesmente não sabia o que fazer.
Eu gostava muito,muito dele. Então fui até Paris encontrar Amadeo e descobrir que ele já não fazia parte daquele grupo... eles já não existiam!

O nosso amado Lestat tinha me poupado o esforço.

Mas, vamos a nossa história não é?

Me encontrei com ele em um hotel, dizendo que era uma ex-participante dos Filhos das Trevas e precisava falar com ele.

- Amadeo...
Sinceramente nunca esperei ver o que vi.
Aquele jovem de beleza angelical, mas que tinha uns olhos assustadores... tão mortificados e tristes, ele tinha um humor sombrio... Mas era tão lindo,como eu gostaria de ter aparecido antes, de salvar aquela doce alma.Mas não consegui,o que eu queria era tentar compreender o pequeno Amadeo.
-Já não sou conhecido assim, meu nome agora é Armand.
-Não quero chama-lo por esse nome. Agora, você já deve saber que eu não fiz parte de seita alguma. Meu nome é Selene. Eu conheci Marius, agora vim conhecer você.
-Você não conhece Marius... Nem eu realmente conheço aquele homem.Ele me deixou morrer Selene... Eu morri no momento em que me separei dele.
-Eu entendo... só não entendo como você se deixou levar por aquela filosofia barata.
Não, não diga nada, eu sei o que aconteceu, como você já estava morto para que se importar o que fariam do seu corpo não é?
Ele se limitou a baixar os olhos,parecia que ia chorar.. Oh, por favor não chore. Assim eu não vou fazer o que preciso fazer.
- É, foi o que eu imaginei.
-O que você quer comigo Selene?
-Eu queria conhecer você e agora eu conheço.
Te procurarei em outros tempos Amadeo. E agora vejo você realmente é Armand.
Se precisar e algum dia ouvir meus passos na cidade, venha até mim.
Temos coisas mais sérias a conversar.
-Espere- disse ele.
-Tenho que ir, seu companheiro está chegando, e não faz parte da minha missão conhecer Louis. Isso eu farei outro dia.
-Adeus Selene...
-Adeus Armand, até o dia em que os deuses o tragam a mim.

Bom, foi nessa noite que conheci um rapazinho que séculos depois se tornaria um dos meus maiores parceiros.

quinta-feira, dezembro 09, 2010

. A convidada.

Olá pequeninos, estamos aqui denovo.
Deixe-me contar mais uma história.
Dessa posso dizer que não me orgulho nem um pouco... acordar em um lugar estranho.. com um cara estranho...


Ao por do sol, todas as minhas células sobrenaturais despertam, e essa noite acordei no meu quarto, o que era estranho. Vampiros sempre tem quartos, mas nunca dormem neles.
Meu quarto vocês devem saber, fica na minha casa... que vocês também devem saber é uma casa em estilo Queen Anne (um dia conto a vocês sobre o rapaz que me ajudou a restaura-la), sua frente tem vários janelões e sacadas. Não que eu fique muito por lá...
E em todas as janelas pesadas cortinas vermelhas. Exceto no meu quarto,onde elas são pretas. Tenho móveis franceses,roupas caras, maquiagens caras,perfumes deliciosos em pequenos frascos... Mas, nada disso me foi estranho no quarto e sim quem encontrei na minha cama.

Quando despertei senti uma leve respiração que me dava até medo, parecia que o elo entre a vida e a morte da criatura ia se romper a qualquer momento.
Me virei levemente, por que senti que seus braços estavam a minha volta... quem seria?
Oh,não.... Isso vai dar problemas... dos grandes!
Foi ai que eu senti o seu antigo aroma, não... eu sei o que vocês estão pensando, e não foi quem vocês acham que é. Sinto muito em dizer que não foi dessa vez que fiz o doce Louis vir até mim. E que muito menos estava ao meu lado o meu querido querubim. Era apenas outro diabo de cabelos vermelhos e um outro ser de belos olhos verdes... Mona Mayfair...
Vocês que leram as crônicas devem conhecer a história de Mona, então vamos poupa-los do desconforto de falar nessa delinquente juvenil.
Basta que eu diga, fui eu e mestre Khayman a busca-la na Fazenda Blackwood.
Ela só me viu quando chegamos ao carro. Oh, sim, vampiros também usam carros.
Enfim, ela é uma criatura teimosa e irritante. Acha que ter lido sobre muitas coisas na internet consegue superar o fato de que eu vivi todas esas coisas... Pequeno monstro!!!!
Voltando ao presente.

-Mona Mayfair.!! O que você, sua peste faz na minha casa?
-Eu não tinha pra onde ir Selene.
-Eu duvido muito,sua familia mortal é rica e ama você, e você tem o Quinn, e também o Lestat. Vá falar com ele. Mas dúvido muito que ele vá querer ver você na casa dele.
-Você não pode me expulsar daqui!
-Eu posso matar você por essa invasão sua maldita fedelha arrogante. E ninguem me culparia,talvez nem descobrissem, do jeito que você é tola achariam que se matou. Mas eu teria que me livrar do Quinn também, seria uma pena, ele é um bom rapaz, seu único defeito é ter se apaixonado por você.
-Khayman não iria gostar disso.
-Não me fale do que ele gostaria ou não, isso eu sei muito bem, conheço ele a milênios.
Você ouviu? Milênios!!!!
-Deixe eu explicar por que estou aqui Selene.
-Não quero ouvir nada. Eu sei bem por que você está aqui. Deu outra das suas idéias de interligação vampirica pela internet para a mãe e ela não quis mais você na presença dela. Agora, eu vou fazer um favor a você, e é só esse. Não ouse aparecer mais na minha frente, ou você irá saber por que eu sou a caçadora de vampiros.
-Juro que não vou mais perturba-la, mas eu preciso de outro favor, além desse que você está disposta a me conceder... Quero saber onde está o Quinn... ele sumiu.
-Ele está crescendo, amadurecendo e aprendendo sozinho sobre os seus poderes. Você deveria tentar, deve ser isso que os pais estão querendo dizer a você.
-Meu outro favor a você é, são dois na verdade, o primeiro é não te matar e o segundo é dar a você onde ficar. Tenho várias casas do redor do mundo criança... Onde você gostaria de morar?
-Longe daqui... e longe de todos...
-Tenho a casa perfeita para você. Fica na Malásia. Se divirta por lá.
Se você conseguir chegar até ela. Pode ficar para você. Se não.. boa morte!
-Vá logo seu pequeno monstro. Estou com fome e tenho que encontrar alguem. Saia logo ou me alimento de você!

E ela se foi... espero que tenha sido a última vez que encontro Mona Mayfair...


Mona.