sábado, dezembro 10, 2011

Re-postagem.

Liberdade Sitiada.

"Liberdade é andar e falar como bem desejar.
É não ter motivos, é caminhar sem destino.
É pensar e falar, pensar e não falar.
Liberdade não é vigiada, nem controlada.
Não coexiste com limitações, injustiças ou na simples presença da dor.
Liberdade está em tudo, em viver, em nascer.
Temos liberdade até de morrer.
Existe uma certa liberdade até na ignorância.
Temos até o direito de não saber.
Temos realmente?
Ou será que temos de saber?
E quando não sabemos?
E quando nossa liberdade nos é roubada?
E nós precisamos saber?
E quando sofremos, e há dor, e limitações?
E quando não podemos fazer mais nada?
E só nos resta o direito de morrer.
E nem para isso poderemos estar livres.
Morrer no cárcere.
Morrer na dor.
Morrer, por não saber. Ou por saber.
Ser culpado ou inocente não importa.
Quem mata o nosso direito, merece morrer também.
Merece ser visto, merece perder sua liberdade.
Tantos já perderam suas vidas, direitos e sua identidade.
São números, fichas, estatísticas.
São os liberais, os que pensaram, os que lutaram.
Nossos mortos, são os nossos mortos.
E quem sobrou?
E quem luta com nossos novos direitos?
Agora que podemos, o que fazemos?
Liberdade novamente.
Liberdade mal aproveitada.
Liberdade para nada.
Liberdade de nada.
Ser livre onde não faz nada, uma liberdade ociosa e incipiente.
Que liberdade? "

Que liberdade? "

Esse pequeno texto, é meu protesto pessoal a favor da divulgação dos arquivos da ditadura militar no Brasil. Não é aceitável que os torturadores, os mandantes e até mesmo os mortos inocentes fiquem incógnitos por pura impunidade. Pura ignorância, pura falta de interesse. Agora, todos usufruem de seus liberdades limitadas, e os outros? E os que não viveram para estar aqui, junto conosco? E há tantas pessoas que simplesmente não se importam, fingem que não é com elas. Acordem! É sim com vocês. É parte importante e obscura do nosso passado, e se vocês não se importarem, quem fará algo? Acorde juventude, acorde... Veja que a vida não é só esse maldito ostracismo em que caímos. Vamos viver, e não só nadar na maré do sistema.


p.s: Essa é uma re-postagem do poema Liberdade Sitiada. A postagem antiga estava com problemas.