segunda-feira, abril 25, 2011

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Achou que ele lhe lembrava um solo de piano.
A voz rouca que entrava em seus ouvidos entorpecia sua mente.
Não ouvia a letra, a batida entrava em cena.
Parecia uma melodia triste, mas era quase carregada de esperança.
Como se tudo fosse melhorar depois do refrão.

Imaginava os rostos de quem havia pensado em algo tão bonito.

O ritmo crescia, e a letra entrava em atos de amor.
Os solos de guitarra pareciam querer agredir a tristeza que circundava a música.

Agora notava, era sobre o inverno.

Uma letra que fora escrita na neve, sangue na neve.

Recomeçou, ouvia novamente.

Era diferente desta vez, vento.

Tentando criar fogo em meio a tempestade.

A segunda melodia era ainda mais vibrante.

Tristeza superada.

O novo solo lhe lembrou um bolero, carregado de traição.
Ritmo renovado quase sensual...
A voz era misteriosa, como se trouxesse um segredo em si.

Congelado pelo amor.

Paralisada pela voz.

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