sexta-feira, janeiro 07, 2011

. Desejo do Mal .

Boa Noite!

Eu já falei de muitos imortais para vocês. Já contei muitas histórias minhas que me levaram até eles. Mas ainda existem muitos que desconheço. Muitos que ainda são enigmas para a minha mente. Alguns tão obscuros e soturnos que nem se tem noticias. Nunca é uma surpresa encontra-los nas ruas mais desoladas ou desconhecidas da terra.
Nunca é surpresa ver rostos brancos demais para serem humanos vagando por essa terra.
Existem imortais perdidos para o tempo, aqueles que estiveram conosco durante pouquíssimo tempo, tempo que mal foi suficiente para gravar seus nomes na memória.
E às vezes nos encontramos. Vocês não fazem idéia de quantas já vi em minha vida.
Conheci alguns que não sabiam nem o que eram. Conheci muitos de história curiosa.
Conheci também os insignificantes. Esses que não merecem o sangue e o poder que com ele vem.

Mas o sangue é uma dádiva, como é uma dávida nossa vida.
Vocês acham que todos que vivem merecem viver? É o mesmo com o sangue. Nem todos que o receberam merecem tê-lo.
E alguns... fazem de tudo para evitar virar o que somos.

O que somos... Já ouvi tantas histórias sobre nós.
Monstros, sem alma, enviados do inferno, mensageiros da morte, cavaleiros das trevas, bruxos, bruxas, vampiro... Sugadores de sangue.
Mas, será que somos assim tão diferentes, do homem que mata para se alimentar?
Acreditam realmente que os homens teriam algum tipo de clemencia conosco?
Eu dúvido muito. Na realidade tenho plena certeza. Já vi as atrocidades que eles comentem contra nós. Apenas por nos revelarmos a eles. Alguns que eram nossos amigos, nossos amados, se viram contra nós quando descobrem nossa verdadeira natureza.
Somos a face mais escura da humanidade meus queridos.

O lado que os homens tentam camuflar. Eles são hipócritas em nos julgar, se são capazes de tanta crueldade quanto nós. É exatamente por isso que não tenho o menor pudor, pena ou misericordia quando preciso matar. Por que o sangue é uma necessidade. Necessitamos dele tanto quanto um mortal precisa de água.

O que estou dizendo a vocês, já foi dito a muitos imortais por mim. Tive essa mesma conversa interminável de argumentos contra e a favor com muitos de nós. Mas poucos tem a coragem para admitir tudo isso. Uma pena.

Agora vocês se perguntam por que amo Khayman?
Ele me ensinou tudo isso. Com seus milênios de reflexão. Meu pai me ensinou que os homens são capazes de todo tipo de crueldade. E que foi exatamente a crueldade e a incompreensão da raça humana que gerou o que nós somos. Quando a rainha Akasha puniu injustamente as belas gêmeas, por não conseguir aceitar a verdade sobre seus Deuses. Os homens são tolos.

Deixando toda essa conversa de lado... Que não sei exatamente por que comecei. Acho que foi para provar que não somos assim tão diferente dos humanos, e que somos algo inevitável para alguns. Vocês vão ouvir um caso muito curioso. Sobre uma mortal, uma vampira. Uma grande amiga minha. Katherine ela se chama.

A mãe dela, Suzane, era conhecida por sua grande beleza. Era uma adorável costureira.
Realmente adorável. Famosa por sua beleza na pequena cidade onde moravam. Na Inglaterra.
E esse adorável ser atraiu a atenção do pai de Katherine, Paul.
Eles logo se apaixonaram e casaram. Viviam felizes e animados. Uma vida simples mas cheia de amor. Mas Paul foi chamado para a guerra. A primeira guerra mundial.
Suzane, descobriu depois de sua partida que estava grávida.

Alguns meses depois, ela recebeu uma carta, confirmando a morte de Paul. Entrou em desespero, mas conseguiu superar todo o sofrimento com a ajuda de um amigo. Um jovem gentil e educado. E também rico. Esse a cobriu de cuidados e presentes. Pagando todas as suas dividas, todas as suas despesas. Nada assim tão anormal a julgar pela beleza impossível de Suzane. Mas o parto logo chegou. E tudo se complicou. Nosso adorável amigo, senhores, era um vampiro. Chamava-se Eduardo. E com o parto, vocês sabem o que vem. Uma torrente de sangue. Entretanto ele não a atacou é claro. Nosso adorável Eduardo havia se apaixonado pela beleza de Suzane. Ele fez algo muito pior. Para evitar que ela morresse, a transformou. Só que o que nosso vampiro não lembrou de fazer, foi cortar o cordão umbilical que ligava mãe e filha. Mas assim que Suzane viu o que ia acontecer cortou ela própria.

Ela sobreviveu. A criança também. Eduardo conseguiu.
O que ele não conseguiu foi prever o resultado daquela parte ínfima de sangue vampirico que correu para dentro de Katherine. Mas você pensam, não existem mortais que tomam sangue dos vampiros e não se transformam nem sofrem nada? (Exceto a dependência é claro.)
Mas, isso não foi consumo, foi ligação direta. Diretamente na veia.
Não, Katherine não virou um bebê vampiro. Nem adquiriu caracteristicas de vampiro.

Entretanto o espírito desejava sangue dentro dela. Desejava que a transformação fosse completa.
Como ele sempre desejou. E durante toda sua vida mortal, Katherine foi atormentada por uma vontade incontrolável de se tornar uma vampira. Apesar de toda a relutância de seus pais. Pais vampiros. Que cuidaram e progeteram-na durante toda a vida. Ela no entanto não se importou.

O que não se pode remediar, remediado está. É o que dizem.
E um dia... Ela roubou o sangue da mãe. Acham estranho?
Pois bem, devo dizer que ela realmente se transformou. Mas não com o sangue materno.
Foi quando me encontrou e contou-me toda essa história.

Percebam queridos, que nosso mal,esse espírito que carrega nossa sede de sangue é tão profundo que consegue transformar uma jovem com toda a vida pela frente e toda sorte de oportunidades perseguir as criaturas da noite em busca da nossa maldade. É.. os vampiros são inevitáveis meus queridos.

Boa Noite!

Nenhum comentário:

Postar um comentário