Boa Noite!
Eu me lembro de quando conheci uma imortal, uma linda mulher, com uma inteligencia aguçada, lindos cabelos castanhos, olhos perspicazes e um amor mais eterno que ela mesma.
Seu nome era Pandora. Pandora a Romana.
Romana como seu adorado Marius. Tão parecida com ele.
O mesmo tipo de inteligencia. Mas diferentemente dele tinha o coração mais poderoso que o cérebro. Marius insiste em complicar o que é terrivelmente simples.
E ela, insiste em ter razões sobrenaturais para as coisas.
Dois grandes tolos. Brincadeira. São dois imortais incomparáveis, os dois mais famosos Filhos dos Milênios.
A poderosa Pandora que por anos foi adorada como uma Deusa, e como uma Deusa, cheia de uma fúria e gula insaciável de sangue. O sangue dos sacrificios.
Estranho ver toda aquela civilidade romana contrastando com a exótica cultura indiana.
Conheci Pandora na China, não me lembro exatamente em que época.
Mas lembro que não foi o encontro mais agradável que tive. Pelo menos não o primeiro.
Meu treinamento com Khayman, minha paixão por Enkil e meu respeito por Marius me cegaram ao encontrar Pandora. Senti uma aversão por ela.
Talvez fosse inveja... Nunca se sabe. A questão é que Pandora é um ser tão misterioso e encantador quando eu mesma consigo ser. Tirando o fato de que eu costumo falar. Ela não.
Não se pode ler o que há atrás daqueles olhos.
Eu estava andando pelas ruas de um bairro de Pequim quando vi a imortal.
Passos firmes e destemidos, eu a segui.
Usava roupas que lhe ocultavam o corpo e o rosto também.
Não foi fácil identificá-la.
Claro que ficou muito mais possível quando ela se revelou para mim.
- Espero que encontre o que está procurando, vindo atrás de mim. - disse Pandora.
- O que procuro você não sabe onde está. Nem teria como encontrar. - respondi.
- Eu sou Pandora, quem é você? E por que me segue? - disse Pandora.
- Me chamo Selene, e estava apenas querendo encontrá-la. Vi seu Marius. Ele ainda está procurando você. Que tolice minha cara. O que continua fazendo aqui, isolada no Oriente? Esqueceu da boa vida no Velho Mundo? - disse eu.
- Você diz coisas absurdas. Deixe Marius com suas buscas inúteis. Ele não vai encontrar sua Pandora. Se ele um dia me encontrar, seria quem sou. Não o que ele espera. - disse Pandora.
- Ah, querida. É exatamente isso que ele espera. Mas, deixe que a busque. Fuja eternamente dele. Isso realmente vai amansar o amor dele. - disse eu.
- Você diz coisas absurdas, sabia? Age como se entendesse sobre mim, ou sobre ele. Duvido que tenha poder ou sabedoria para me dar conselhos. - disse Pandora.
- Acha realmente que eu não tenho poder? - desafiei.
- Sim. Acredito que seja só mais uma que se encantou pelos bons modos e a gentileza com que Marius recebe os convidados. - respondeu Pandora.
- É, um palpite de sorte. Mas veja só Pandora, suas roupas estão em chamas. Você deveria ver isso. Antes que você mesma seja consumida pelas chamas do meu poder. - ri.
- Maldita! - ela gritou.
Sumi pelas ruas, mas é claro que não fiz nada que pudesse machucá-la. Aprendi a controlar muito bem esse poder. Apenas queimei as barras de suas saias. Mas também, quem manda achar que eu não tenho poder?
Foi assim que conheci Pandora. A mulher imortal mais encantadora que conheci.
Nossa relação sempre foi venenosa. Mas com muito carinho.
boa noite.
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