Boa Noite!
Ah, queridos. O Mediterrâneo... Meu adorado mar. Suas lindas e calmas águas azuis.
Senti tanta falta dele nesse tempo em que passei afastada. E aqui já estou eu novamente longe dele. Mas deixem-me falar sobre minha viagem. Um cruzeiro...
Sim, como eu tinha avisado no relato anterior parti em um cruzeiro com Mikha, Vlad e Armand.
Foi uma semana ótima. Os bares, os cassinos, as compras, os salões de dança, e todas aquelas pessoas estranhas e encantadoras. Apesar de ter achado muito desonesto da parte de Armand usar seus poderes para ganhar no poker, mas em todo caso ganhei lindas jóias.
Foram realmente dias gloriosos. Todas as noites passadas em auto-mar, o cheiro do mar... Sim.
Até mergulhos noturnos. Mergulhando no mar com minhas belas roupas finas, nadando até as ilhas. Secar deitada na areia, vendo minha adorada lua. Sentindo todos os odores deliciosos que vem do continente, o cheiro das comidas, dos produtos de beleza, o cheiro bom do suor das pessoas e o sangue.
E quando me virava lá estava Armand, perdi horas observando aqueles olhos escuros. Que não absorviam a luz da lua que parecia grudar neles, mas apenas a refletia.Um lindo fenomeno da optica. Lindo de se ver.
- Amadeo. Sim, um lindo nome que Marius escolheu para você meu amor. Deus, seja lá quem ele seja, seja lá onde esteja... Deveria estar cheio de amor quando pensou nesses teus olhos. - eu falei.
Ele se limitou a rir fracamente.
- Vamos querida. Tem um mundo flutuando naquele navio, vamos voltar. Estou com fome e as mesas de poker me esperam. - disse Armand.
- Claro. Podemos voar? Quero tanto voar, me livrar dessa areia e secar meus cabelos no forte vento dos mares. - falei.
Mas não esperei uma resposta. O abracei, ele me envolveu com seus braços. Ah, que lindos braços... E fomos levantando voo, até chegar a piscina do navio, onde não havia ninguém aquela hora da noite.
Rapidamente fomos para as nossas cabines e trocamos aquelas roupas molhadas.
Minha cabine era simples mas aconchegante.
Tinha uma mesa com algumas cadeiras, uma cama, alguns suportes nas paredes. Uma sacada pequena mas grande o suficiente para mim e minha obsessão em observar a lua.
Além de meus pertences, duas grandes malas repletas de roupas, sapatos, livros e presentes. Muitos presentes. Além de uma mala ainda maior onde eu durmo algumas noites. Em outras apenas fecho minhas cortinas e tranco as portas.
Há também um banheiro, que uso somente para o banho e pelo grande espelho que possui. Adoro espelhos.
Mas, essas coisas triviais estão me cansando. Vamos ao que interessa.
Encontrei Armand do lado de fora da minha cabine, usava um terno bem cortado de veludo negro e uma linda gravata de seda roxa. Oh, ele cortou os cabelos. Não gosto muito de vê-lo com os cabelos cortados, mas se ele o fez, não posso reclamar nada.
-Você viu Vlad e Mikhail por ai ?- perguntei.
- Estão nas máquinas caça-niqueis. E estão ganhando. - disse, enquanto entendia o braço para mim, um gesto por demais cavalheiresco.
Fomos aos salões de dança... E dançamos.. E bebemos também. Entre algumas conversas com casais que também dançavam. Oh, Armand. Esse enfeitiça magistralmente. Os mortais nem sabem o que aconteceu. Mas devo dizer que não era o sangue deles que eu desejava. Não era aquele sangue que iria aquecer minha fria pele pálida.
Passamos o resto da noite no convés superior, observando a lua. Eu a observava; Armand, não
sei o que fazia. Estava em um dos seus momentos de ausência. Mas pareceu acordar, quando colei meus lábios frios nos seus, tão quentes quanto o dos mortais, aquecidos por seu sangue. Quando bebi dele, quando passei meus dedos por seus cabelos, admirando a brancura deles se perdendo naquelas mexas cor de âmbar. Um momento sublime. Coisas que eu não experimentava a muito, muito tempo. Momentos simples e maravilhosos. Grandes momentos.
O mar sempre é meu palco perfeito, meu cenário favorito.
Boa Noite queridos!
Nenhum comentário:
Postar um comentário