segunda-feira, fevereiro 14, 2011

. Selene .

" Selene...." Meu nome está perdido durante os séculos, em rostos e bocas mortas.
Em olhares vazios e vidas vazias, tantas vezes foi falado em meio a sofrimento, prazer e morte.... Tantas vezes o que ficou perdido atrás do meu nome foi um corpo vazio, um inútil gesto de reclamação... Selene, um grito de socorro nos lábios de meus amantes. Selene, a promessa perdida da morte... a tola esperança de que eu voltaria.
Selene eles dizem, Selene elas choram... Sim... Selene é um prazer e uma personalidade passageira, nunca há realmente a possibilidade de uma volta.

Mas, na boca dos que sabem meu nome pode ser tão importante, Selene eles gritam em meio a febre.... Elas buscam meu nome quando choram sobre os corpos mortos de seus amados... É a vida, adoráveis senhoras. Eu os quis, eles me quiseram, inútil refutar meu desejo.
Um nome doce e significativo, de fato! Me agrado com o som produzido ao dizê-lo.
Selene, ele está falando...

O jovem que implora aos meus pés que não o deixe... é Selene isso, Selene aquilo...
Que sofrimento descabido...

- Vladmir... está feito! Você terá que viver sem mim, morrer sem mim. Aprender sem mim! - digo, impassível. Afastando de mim, os seus braços que insistentemente tentam me prender, me forçar a ficar, por amor.
- Você não pode, sempre disse que me amava, que iríamos ficar juntos, agora diga Selene, que razão há em me criar e logo abandonar? - reclamava, agora altivo, recomposto.
- Eu o amo, de fato. Deixa-lo em nada diminui meu amor. Mas, tenho meus deveres... tenho uma vida além daqui. Não existe uma razão em continuar. E você, não deseja ir. - respondo, com uma frieza que não existe, aparentando uma força que não tenho.
- Me matarei se fores. Não desejo essa vida eterna, essa solidão. Esse vazio, você que deu sentido a todo esse mistério, sem a sua presença essa realidade perde todo o encanto.
- Tolo... já tomei a decisão, seja homem e siga com a cabeça erguida. Não faça com que me arrependa de ter dado meu sangue à você.

Selene ele diz... Selene ele sussurra...

- O que há de mais belo que mil dos teus sorrisos? Me diga,ó majestosa musa do meu canto, o que há? Sem tua sublime presença, as belezas da noite se fazem frias e tristes. Um lamento sem tamanho, um mórbido amor por aquilo que é morto, e mesmo assim tão concreto.- diz meu jovem poeta, um adorável mortal que acolhi entre os meus, que cuidei e amei...
- Não sei o que há, sei que o não há... Eu, tu, nós... Nada. E tu logo voltaras ao que eras antes da minha existência,porque logo será apenas um amor morto e acabado. Porque Selene é perpetua, e tu logo acabarás....

Selene...o nome perdido no tempo, um nome esquecido na história obscura de tantos mortos. Esquecidos...
Nome ainda escrito no negro coração imortal dos vampiros....

Um comentário:

  1. Super! Adoro seus textos, que, de fato, não deixam a desejar!
    Parabéns...^^

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