" Selene...." Meu nome está perdido durante os séculos, em rostos e bocas mortas.
Em olhares vazios e vidas vazias, tantas vezes foi falado em meio a sofrimento, prazer e morte.... Tantas vezes o que ficou perdido atrás do meu nome foi um corpo vazio, um inútil gesto de reclamação... Selene, um grito de socorro nos lábios de meus amantes. Selene, a promessa perdida da morte... a tola esperança de que eu voltaria.
Selene eles dizem, Selene elas choram... Sim... Selene é um prazer e uma personalidade passageira, nunca há realmente a possibilidade de uma volta.
Mas, na boca dos que sabem meu nome pode ser tão importante, Selene eles gritam em meio a febre.... Elas buscam meu nome quando choram sobre os corpos mortos de seus amados... É a vida, adoráveis senhoras. Eu os quis, eles me quiseram, inútil refutar meu desejo.
Um nome doce e significativo, de fato! Me agrado com o som produzido ao dizê-lo.
Selene, ele está falando...
O jovem que implora aos meus pés que não o deixe... é Selene isso, Selene aquilo...
Que sofrimento descabido...
- Vladmir... está feito! Você terá que viver sem mim, morrer sem mim. Aprender sem mim! - digo, impassível. Afastando de mim, os seus braços que insistentemente tentam me prender, me forçar a ficar, por amor.
- Você não pode, sempre disse que me amava, que iríamos ficar juntos, agora diga Selene, que razão há em me criar e logo abandonar? - reclamava, agora altivo, recomposto.
- Eu o amo, de fato. Deixa-lo em nada diminui meu amor. Mas, tenho meus deveres... tenho uma vida além daqui. Não existe uma razão em continuar. E você, não deseja ir. - respondo, com uma frieza que não existe, aparentando uma força que não tenho.
- Me matarei se fores. Não desejo essa vida eterna, essa solidão. Esse vazio, você que deu sentido a todo esse mistério, sem a sua presença essa realidade perde todo o encanto.
- Tolo... já tomei a decisão, seja homem e siga com a cabeça erguida. Não faça com que me arrependa de ter dado meu sangue à você.
Selene ele diz... Selene ele sussurra...
- O que há de mais belo que mil dos teus sorrisos? Me diga,ó majestosa musa do meu canto, o que há? Sem tua sublime presença, as belezas da noite se fazem frias e tristes. Um lamento sem tamanho, um mórbido amor por aquilo que é morto, e mesmo assim tão concreto.- diz meu jovem poeta, um adorável mortal que acolhi entre os meus, que cuidei e amei...
- Não sei o que há, sei que o não há... Eu, tu, nós... Nada. E tu logo voltaras ao que eras antes da minha existência,porque logo será apenas um amor morto e acabado. Porque Selene é perpetua, e tu logo acabarás....
Selene...o nome perdido no tempo, um nome esquecido na história obscura de tantos mortos. Esquecidos...
Nome ainda escrito no negro coração imortal dos vampiros....
Super! Adoro seus textos, que, de fato, não deixam a desejar!
ResponderExcluirParabéns...^^